Seguia passando aquelas cores no seu rosto cansado, tentando se convencer que elas realmente a tornavam mais bonita.
Um risco sob a marca dos seus olhos distantes, um contorno pela boca desgostosa de sua própria existência, um esfumaço sobre bochechas que continuamente iriam fingir movimento expressivo.
Cabelo já artificialmente arranjado, meia calça apertada, sapatos altos suficientemente desconfortáveis, saiu.
Ou entrou
Ambiente de beleza fingida, pessoas sem rostos.
Sons completamente mudos que vem e vão de bocas ressecadas pelo álcool são disferidos contra seu ser sem se darem conta de como gradativamente a sufocam.
Bebendo mentiras e mastigando navalhas, faz pequenas pausas apenas para forçar gargalhadas.
Quando a batida finalmente termina, se despede manchando de sangue invisível a roupa daqueles estranhos.
Senta no banco traseiro do táxi e da janela vê luzes se apagando, moças rindo histericamente abraçadas pelo fulano qualquer que pensa ter conquistado algo naquela noite e alguns senhores limpando a sujeira causada por todo aquele teatro.
“Leve me para longe, por favor.
“
Agora é só esperar pela próxima noite de diversão.