A garota dos olhos negros, de cabelos longos, de lábios carnudos e de pele macia esconde dentro de si um mundo vazio e obscuro.
Andas pela rua como se não tivesse vida, apesar de tê la não a vivia, malmente sorria, dificilmente falava, sua única amiga era uma caneta e um papel e os seus amores eram uns livros, cujo qual cada semana lhe aparecia com um diferente.
Sofria calada, vivia amargurada, e no canto sujo e desolado da pequena salinha ela se fechava toda manhã em torno de si mesma.
Porém o que mais me intrigava era que anos atrás aquela mesma garota sorria, vivia, amava, falava, porém depois que “ele” se foi é como se viver pra ela já não tivesse sentido algum, como dizem “é como morrer e ainda assim continuar vivo, só que sem escolhas, sem rumo e sem chão”.
Ela o amou tanto a ponto de lhe entregar o seu coração, aquele mesmo coração que ele levou quando lhe disse adeus.