Mas você ama aqueles cabelos desgrenhados, aquela barba por fazer, aquela blusa que não condiz com o sapato.
Por mais dolorosos que sejam os sumiços dele, você ama o alívio que sente quando ele te liga nas madrugadas e nas manhãs de domingo.
Você ama quando diz que vai embora e ele te implora pra ficar, quando quer se desmembrar e ele faz o possível e impossível pra te achar.
Você ama quando ele faz os pelos do seu braço eriçarem, o carinho e atenção que ele te dá quando vocês se vêem, o quanto ele te deixa vermelha e envergonhada com as palavras safadas e a voz dele é a sua preferida.
Mas você sempre foi tão certinha, sempre teve tanto medo do vazio e da ausência.
Só que agora você não sabe se isso é correto, a linha do certo e errado foi distorcida desde o dia em que você viu aquele sorriso pela primeira vez e o que você sente agora te impede de enxergar as coisas com clareza e discernimento.
Você sabe que ele se tornou o seu chão e que no momento em que sair por aquela porta, vai te derrubar, você sabe.
Mas você já não esta em condições de mandar ele ir embora, de colocar um ponto final definitivo nessa história torturante, porque todo o sofrimento que ele te faz passar, some quando o número dele aparece na tela do seu celular em dias de domingo.