“Onde estava, que paisagem era aquela Criação de um Deus impotente para arrastar suas criaturas até a luz plena, ali jaziam os destroços de sua visão, consciências vivas e visionárias cerceadas de todos os lados pela doença, pela fome, pel
o tédio, pelo vício e pela morte.
Não, nenhum Deus ousaria ter levantado semelhante caos.
O homem nasce do chão, vem da poeira e da terra escura como as plantas, é uma força desenraizada e cega, uma pobre árvore solta na imensidão.
Não há destino, nem missão a cumprir.
Duramos, como os objetos mortos duram.
Apoiei me a um alto muro de pedras, e com mãos sequiosas, ardentes, apalpei as fendas e as protuberâncias, como se temesse que até mesmo aquela última realidade me fugisse.
Que era o mundo, que significavam aqueles sinais Estrela solta, erosão sem significado, esboços de um grande sonho fracassado Aquela monstruosa paisagem, cheia de formas sem sentido, não atestava a favor de outra experiência, perdida entre os dedos sem forças do homem ”