Reflito sobre os anos da minha vida com grande desdém.
Ela é tão limitada, tão escassa, tão bela, mas às vezes, tão distorcida.
Não existem palavras para definir o bem mais valioso que possuo.
A vida é uma paixão e eu preciso seguir ela.
Pergunto me sobre o que eu gostaria de fazer hoje ou com quem eu gostaria de estar, pergunto me sobre o tempo e meus sonhos, sobre o sentido dúbio das coisas: sonhar em ser escritor ou escrever de verdade, tocar uma vida ou trocar de vida, fazer valer a pena ou fingir congelar as horas.
Meu tempo é algo muito precioso e por sinal, astuto.
Ele rege a minha existência, embora no fim das contas eu mesmo dou as ordens.
Sou o dono do meu destino, sou o tempo que escorre pela ampulheta, sou o prisioneiro da minha alma.
O desdém é pasmo, mas para ele mesmo.