Naquela manhã
Levantou da cama rasgando um sorriso bobo de preguiça.
Olhou para o relógio preso na parede, mas não reparou na hora.
Aos domingos o grande controlador do tempo só não era ignorado por força do hábito.
Arrastou os pés até a cozinha, esquentou as mãos na xícara de café.
Mirou seus grandes olhos verdes no centro da sala vazia Entre a cadeira e a porta.
Entre o tapete e a lâmpada.
Entre o sorriso e o beijo.
Entre o passado e o presente.
Bem ali, naquela manhã, ele bebia o café e sentia o gosto do futuro.