Dedicatória
Ele tem hora que fuma, diz até que poucos prazeres no mundo chegam ao de acender um cigarro.
Para disfarçar o gosto na boca, masca chiclete de menta ou jujuba de limão.
Ás vezes.
Vai saber.
Quem vê nem imagina que é míope, também pudera, reconhece as mais belas "catitas" da rua sem precisar de palpite alheio.
Ninguém me diz também com exatidão o motivo do “cambaleio” pendendo para a perna direita.
Diz ele que é marca de guerra.
Não sei.
Tem quem diz que se tratou de uma facada em uma briga no baile de formatura do colegial.
Ninguém sabe ao certo.
Ah, que saudade do Dr.
Marcos dos jogos de gamão na Turquia ao berimbau na Bahia.
É tão bom encontrar alguém tão simples quanto eu e com um coração tão mole quanto o sabiá lá de casa.
Dizia para mim que fim de tarde pedia rede e um bom livro.
Existe coisa melhor, afinal
Quem o vê assim não dá nada.
Nem um fiapo.
Quem senta para uma boa conversa, um mundo inteiro é pouco.
Diziam que não tinha problemas.
Vivia sorrindo.
Ele sempre me dizia que “tudo bem, uma hora a dor passa.
Despercebida.”
E vindo de quem já viveu tanto, tem hora que eu até acredito
* Texto escrito em plena madrugada, dedicado a um grande amigo, já muito distante.