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Alessandro Lo Bianco

Experimentar e sentir tudo na vida, mesmo que sejam sentimentos e coisas que não gostaríamos de experimentar e sentir, tudo é bom.
É bom porque as coisas ruins nos ensinam a viver, enquanto as coisas boas nos mantém vivos e alegres.
A vida é assim mesmo; nesse jardim, algumas flores são colhidas cedo demais e vão pra vitrine, outras nem tanto, e outras apodrecem no mesmo lugar, pétala por pétala; Aprende mais quem descobre logo que o mundo não é azul de bolinhas brancas; que papai noel não existe; que nem todo mundo é tão legal quanto parece ser; que amigos às vezes só aparecem, de fato, quando querem coisas; que as nuvens não são de algodão; que um sorriso nem sempre é verdadeiro, que uma má interpretação de você pode se tornar um problema eterno para alguém, sem que isso tenha o menor motivo ou faça qualquer sentido; que não é porque beijou que está amando; que você não pode voar; que não é chorando que se resolve; que você nunca terá como adivinhar as coisas com exatidão; que muitos sonhos são ilusões; e que as únicas pessoas que confiamos não são ou não foram imortais.
Receber com a mesma naturalidade a derrota e a vitória, o acerto e o erro, a perda e os ganhos, o trinfo e a queda, deve ser a principal dica para saber, um dia, lidar com a morte.
Deve ser isso, por aí Por isso, aprender agora a enxergar dias lindos mesmo com as nuvens carregadas é essencial.
Olhar no espelho e perceber que o espelho não está quebrado, pois um espelho quebrado não reflete a mesma imagem.
E aí se tocar e perceber quem é você! Observar a sua volta, pelo reflexo desse mesmo espelho, e ser capaz de ver não só as paredes, mas também as pontes.
Ou visualizar aquelas que você deseja e pode construir.
E se for preciso, construa por cima dos viadutos que não vão te levar onde você quer ir.
Você só vai precisar de mais material e mais mão de obra.
Pensar que de todas as suas grandes conquistas, algumas podem ter nascido da necessidade de se renovar e reinventar Há sempre uma maneira sublime de se levantar, mesmo com uma dor permanente.
A pessoa que vive no mundo real não carrega só alegria, leva dor também.
E quem não sabe carregar a sua dor, deve aprender.
Aprender e ter consciência do fatalismo, para não fazer do fatal um sofrimento eterno.
Você pode transformar a dor em lembrança.
Vai estar sempre ali, mas só enquanto você estiver pensando nela.
Há sim, também, uma covardia dentro da gente, que devemos superar, para encarar mudanças.
É medo do insucesso que faz você não ir atrás dos seus sonhos.
E medo gera sintoma físico! A última vez que achei que tinha algum problema e fui no cardiologista, depois de algumas perguntas e respostas, o médico riu pra caramba, e disse que eu não tinha nada; me deu um talãozinho azul pra comprar Rivotril que eu joguei na primeira lixeira que vi do lado da porta do elevador, ainda no andar do consultório.
Porque entendi que eu estava mesmo era preocupado, com medo Joguei fora porque percebi que ninguém havia dito que o medo de perder nos impede de ganhar.
Nos preocupar é parte de um processo de melhora.
Ter medo também.
Será que vai dar certo O que realmente devemos fazer O que é preciso fazer para que dê certo E eu achando que estava infartando em alguns momentos do dia, mas era só preocupação Mas, talvez, se a gente já tivesse todas essas respostas, não haveriam surpresas.
O principal é ter coragem, no momento das dificuldades, para tomar decisões.
E tomar decisões rápidas para não ficar à deriva.
Por que aí não é nada legal mesmo.
Se serão decisões certas ou erradas, o importante é tomá las.
E se não forem, perceba que, às vezes, é preciso de mais tempo e espaço para cometer erros.
Uma vez escutei uma música que falava disso; uma pessoa que saía de casa para cometer mais erros, pois ali não estava aprendendo o suficiente com eles.
Era uma música americana, country, mas a letra chamou a minha atenção por isso Enfim, blá, blá, blá Numa época de crise em que todos choram, há sempre alguém que se lembra de fabricar lençóis.
Por que será

Sentado aqui na minha varanda, sozinho, olhando as luzes de tantas janelas em tantos prédios, e já na segunda taça de vinho, penso que a felicidade é uma palavra de difícil qualificação Comparada com uma cor, certamente teria várias nuanças.
Pode significar o estado de um ser ditoso, contente, alegre, de sorte, enfim, um indivíduo satisfeito com a vida por vários motivos.
E, nesta variedade de motivos, cabem várias reflexões.
Sem dúvida, a felicidade é um estado de espírito e, por isso, muito pessoal e variável.
De modo que a razão da felicidade de um, pode ser por outro ângulo, ainda que contrariamente, a razão da felicidade de outro.
Exemplo: o portador da boa saúde, forte, belo, econômica e financeiramente bem, é feliz por estas circunstâncias; outro, doente, feio, fraco e pobre, por motivos de crença kardecista, pode se sentir satisfeito e feliz, por admitir pelo que crê, que ao reencarnar ele mesmo escolheu uma vida de sacrifícios, para purgar erros e faltas cometidas em vidas anteriores e, com isso, atingir a perfeição espiritual, para ele mais valiosa que tudo.
É feliz por isso.
Um outro católico praticamente por viver bem e agraciado por pedir e receber dádivas celestiais que lhe são proporcionadas por seu deus e seus santos de devoção, vive deitado no armarinho da gratidão e felicidade; outro, da mesma crença, levando vida de cão, sofrendo agruras; julga se, também, conformado e feliz por considerar que tudo que sofre é um desígnio da divina providência e como tal deve entender como justo e aceita conformado e até agradecido.
É feliz também a seu modo.
Em outras palavras, o que é ótimo para uns pode ser ainda que em sentido completamente oposto, também aceitável para outro.
Uma espécie de felicidade pelo avesso.
O interessante é que este estado de espírito pode ser sentido, em certas circunstâncias, por uma coletividade inteira, ora sob o aspecto positivo, ora sob o aspecto negativo.
Assim, a chuva diluvial que atingiu inúmeras vezes o Rio de Janeiro e, principalmente a Região Serrana, destruindo barracos nos morros e atingindo, também bairros elegantes da zona sul do rio; essa chuva que levou um prefeito a apelar para oração para que não mais chovesse, pois não tinha meios para socorrer os desabrigados, é, sob outro aspecto, a mesma chuva salvadora de vidas em todo o Rio, que poderá salvar os reservatórios, mais uma vez que, sob um terceiro aspecto, vivemos há décadas dos eternos políticos que assentam as nádegas nas cadeiras do congresso.
O furacão que arrasta cidades, derruba torres, afunda barcos e mata muita gente nos EUA, considerado dos mais adiantados locais de progresso do mundo é o mesmo vento forte que no Saara, com o nome de Simum, refresca a atmosfera tórrida do Norte da África, estendendo sopro quente através do Mediterrâneo, temperando o clima de todo sul da Europa, considerado o ideal para o turismo da região.
Como se vê, a felicidade não é facilmente definível.
Tudo depende das circunstâncias.
Enfim, as luzes acesas de cada janela desses prédios, tão distantes, continuam iluminando o que estou vendo agora.
Tim Tim.