Nem a mesma rua,Nem as mesmas casas,nem as mesmas flores na janela.As flores eram agora outras,e outro também eram o seu perfume.Meus pés pisavam outra rua,Meus olhos, contemplavam outras faces.Eles também eram outros.Talvez mais duros, talvez mais frios.Talvez por que não viu sua face,Talvez por que não viu suas flores.Senti areia sobre minhas córneas,espinhos no meu coração,e sob meus pés, paralelepípedos.
Ficas de vez em mimE seremos um só corpoe um só espiritoAdentraremos nasProfundezas um do outroE encontraremos o eu líricodos nossos corposCantaremos juntoso nosso cântico de amore espantaremos os corvosque insistem em consumir nosHabita em mime seremos uma só carnea mesma sanguee o; mesmo soproAnoiteceremos entãode corpos dadose de corpos dadosamanheceremos.
Nos encontraremos no fim da tarde na mesma esquina de outrora.Nos cumprimentaremos tímidamente sem olhar nos olhosSentaremos no mesmo café.Na mesma mesa de antes.Pediremos dois cafés negros Com adocante senhor! Estas de dieta Tô sim.Mas não que eu precise, sabe Tomaremos dois cafes negros.Um com açúcar cristal, outro com sacarina.Trocaremos tímidamente meias palvras Senti sua falta Olharemos fixamente ao fundo da xicara e lacônicamente ao fundo do olhos.Tomaremos o ultimo gole.Trocaremos meio sorriso. Clareaste os dentes Sim, mas não que eu precise, sabe Tocaremos as mãos e logo os lábios.Mudou tanto seu beijo.Já não é como antes É a sacarina.Deixa um sabor metálico, sabe
Te guardarei no armário Améliadentro de caixas amarelasforradas de papel camurça.Nos domingos tristeste abrirei.Olharei nos teus olhos pretose brancos.Tragarei as lagrimas.e afogarei os meus olhos.
É madrugada profundao vento das relvas bafejacomo se chamasse pelos guardiões da noite.Meu peito é tácito e meus pulsos trepidamMeus olhos são vaga lumes encandecidos pelos faróis dos portosNenhuma luz trasmontanaNenhuma estrela fugazTudo é silêncio, escuridão e vazio.
Venta lá fora.As janelas batem com ímpetotapando a vista de um céu misterioso.o crepitar das arvores fazem notas musicaisSão notas Graves.Sinistras.Meu peito palpita agudoQuiçá viestes com o vento que bate na minha porta.Eras tu.Oi, te trago flores silvestres .Sinta.São rosas mosquetas colhidas dos valesCuidado com o espinhos.Uma nota almíscar paira pela sala.Meu peito late graveSão notas do vento.Das arvores que crepitam.Das flores de rosa mosquetaVocê não veio.Veio a lembrança trazido pelo ventoA nota almíscar pairando pela sala.
Passava se as tardesentre trepadeirasboa noitescravos brancose dormideirasAs tardes eram sempre as mesmasOs mesmos líriosA mesma sala vaziaOs mesmos livrosDrumondLispectorFlorbelao meninoe a laranjeira em florLá foraabelhas enlouquecidasembriagadas de polene perfume de azharAs noites eram quase eternasO morrer das prosascrepitar da lenhacoaxar dos saposO menino e os lírioscandeeiro acesoRefletindo os sonhosNo espelho dos olhos