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Joaquim Silva

Quero te mandar uma mensagem de bom dia.
Quero poder dizer que te amo mais do que devia e que te quero talvez mais do que preciso.
Quero que respondas.
Que me contes o que vais fazer hoje, se dormiste bem e se tiveste algum pesadelo que te fez tremer de medo como uma criança de cinco anos.
Quero agarrar te.
Agarrar me a ti de tal modo a que fiques e que não vás embora.
Agarrar me a ti a chorar, (talvez a rir), e contar te todos os meus sonhos e tu os teus.
Quero poder dar te a mão na rua, na praia, nas montanhas, em casa e na lua, sem motivo e com motivo.
Quero poder ouvir te.
Ouvir a tua voz todos os dias e memorizá la para cada vez que sentir saudades.
Ouvir todos os teus segredos (até os mais íntimos), todos os teus medos (até os mais ridículos), todos os teus sonhos (até os impossíveis) e quero poder ouvir te a falar enquanto dormes (se é que o fazes).
Quero poder ouvir te a falar “para o ar” e quero poder ouvir te mesmo quando não há nada para dizer.
Quero sentir te.
Quero sentir o teu toque, a tua mão a passar pelo meu cabelo e os teus lábios a encostarem se ao meu ouvido na melodia de sussurro de vontades e segredos.
Sentir os teus lábios nos meus até não haver mais amanhã.
( Beijos profundos ).
Passar por ti e sentir os nossos corpos a tocarem.
Quero que olhes para mim como eu vou olhar para ti nesse instante.
Quero ver te dormir e imaginar o que vai pela tua cabeça.
Apreciar te sem te ver e deixar te dormir em segurança.
Poder sussurrar te ao ouvido e dar te um beijo de boa noite.
Ver te a babar sem razão e a mexeres te imensamente como se estivesses a dançar.
Quero dormir contigo.
Quero sonhar contigo as maiores e melhores aventuras.
Sonhar contigo que fugimos para conhecer o mundo.
Quero sonhar contigo que estamos a saltar em nuvens de algodão doce porque parte nossa ainda é criança.
Sonhar contigo um conto de fadas que sabemos que não existe e sonhar contigo o que queiras sonhar.
Qualquer coisa.
Quero que acordes confiante e com vontade de rir.
Ver te a abrir os olhos e desejar te um bom dia.
Que acordes a sentir que podes e consegues.
Que acordes, basta isso.
Não faz mal se decides acordar com um mau humor que não se aguenta ou mesmo doente, apenas acorda.
Quero cuidar de ti em todo o lado.
Por todas as razões.
Cuidar de ti na saúde e na doença.
Cuidar de ti quando estiveres com dores de cabeça ou com dores de barriga e quero cuidar de ti apenas por querer.
Quero que sejas feliz.
Sejas como és e quem és.
Sejas uma pessoa verdadeira e que alcances todos os teus sonhos.
Que não fiques pelo desejar ou pelo querer.
Que vás mais além.
Que lutes e se não tiveres forças, ainda me restam algumas.
Que queiras viver.
Que tenhas alegria em viver!

Adoro te muito minha mãe!!
Quando nascemos choramos e esse choro é apenas uma metáfora.
Choramos porque nos tiram do aconchego da nossa mãe!!!
Sabes mãe, às vezes quando me deito na cama penso na tragédia que seria se um dia, tu fosses como todos os seres humanos: mortal, mas não és, pois não Claro que não.
Dizes que és o meu anjo da guarda e eu acredito que os anjos estão sempre connosco, por isso sei que estarás sempre comigo.
Desculpa mãe.
Desculpa quando passei por aquela fase completamente idiota e desprovida de bom senso, aquela fase em que achei que a minha reputação seria bem melhor se tu não me levasses até à porta da escola.
Desculpa quando considerei que não era uma boa imagem ter a minha mãe a dar me um beijo antes de entrar num autocarro que me levaria numa visita de estudo, desculpa se nessas viagens nem me ocorria a possibilidade de não te voltar a ver.
O destino às vezes troca nos as voltas e eu achei sempre que a vida estava garantida!!
Desculpa mãe.
Desculpa quando me ligavas à hora de almoço e eu rejeitava as tuas chamadas porque estava num café com os amigos e nenhuma das mães deles lhes ligava todos os dias.
Desculpa quando te dizia “mas as mães deles não ( )”, o que importava se as mães deles não se lembravam dos filhos na pausa do almoço
Desculpa mãe.
Desculpa se por vezes me esqueço que sou a única coisa que é realmente tua.
Desculpa se por vezes me esqueço que és a única coisa que é realmente minha.
Desculpa mãe.
Lembraste quando me deixavas bilhetes no espelho de manhã Tenho saudades disso.
Fazia me sorrir, e tu sabes o quanto é difícil fazer me sorrir de manhã.
Lembraste quando estava doente e tu estavas cansada porque o teu trabalho tinha corrido mal, mas preparavas uma sopa quente e cremosa para que eu conseguisse comer sem ter dores na garganta Obrigada por isso.
Desculpa as noites que passaste em branco porque eu fui sair à noite e tu só querias ouvir os meus passos no corredor para saberes que eu estava bem.
Desculpa quando apanhei a minha primeira bebedeira e vomitei na sanita, disseste me: “Está tudo bem filho.”, enquanto eu chorava de vergonha.
Desculpa se nunca te agradeci as inúmeras vezes em que acordavas às 4 da manhã só para me dar o antibiótico a horas certas, desculpa se nunca te agradeci os jantares que fazias dia após dia, mesmo quando estavas doente.
Sabes, nem sempre fui a melhor filho para ti.
Nunca te disse o quanto te amo ou se o disse, não foi o número suficiente de vezes.
Queria te para sempre comigo, dentro de um bolso, junto ao coração.
Desculpa tudo aquilo que nunca te disse mamã.
Desculpa não ir mais vezes contigo ao cinema.
Desculpa não te fazer o jantar nem ajudar a decidir o que vais cozinhar amanhã ao almoço.
Desculpa me por ser desarrumado.
Desculpa o número de vezes que te disse “Já vou” e não fui.
Desculpa levar te poucas vezes a passear.
Desculpa tudo o que (não) fiz.
Sabes mamã, se eu pudesse criar um mundo perfeito só para ti, fá lo ia sem pensar duas vezes.
Dava a minha vida para salvar a tua, e se algum dia a tua vida terminar duvido que eu consiga aguentar a minha.
Sabes mamã, no fundo tu és tudo aquilo que me mantém em pé quando as tempestades me abalam e atormentam.
Obrigada por me teres protegido sempre, obrigada por me teres poupado às coisas más do mundo e obrigada por teres tomado conta de mim, sempre.
És engraçada.
E bonita! , meu Deus, como és bonita mãe.
Não herdei a tua beleza, mas herdei de ti algo muito mais precioso: o teu sangue.
Corres me nas veias.
Sabes que algum dia terei que deixar o ninho e eu também sei.
Ainda não fui embora e já tenho saudades tuas e da tua voz.
Sinto falta do teu colo, de chorar nas tuas pernas e de saber que entendes a minha dor.
Sabes mamã, às vezes sinto me sozinho e tenho medo de o admitir.
Não quero ser fraco, nem quero chorar, mas se pudesse tornava te imortal, porque sei que se um dia me faltares, faltar me à o chão e o ar.
Amo te mãe e lembra te de me desculpares por tudo aquilo que nunca te disse.