Sobre mentiras e avessos!
E no vazio do espaço que nos separou, renasceu o que eu jurava nunca ter existido: Nosso amor.
Era uma vontade mútua de se descobrir além do permitido.
Aquele terreno tantas vezes explorado, era depois de tanto tempo, completamente desconhecido.
Você com seus rolos e manias, eu com minha solidão de multidões.
Percebi depois de alguns minutos te olhando – nós continuávamos os mesmos, porém a quilômetros de distância.
Eu queria te lembrar de um passado, mas só consegui dizer algo sobre o seu presente.
Você se gabou do quanto ainda conseguia enganar suas meninas, e eu sorri como se isso não mais importasse – Eu também enganei alguns rapazes.
Talvez naquele momento eu me sentisse pronta e suja o suficiente pra você.
Admitir isso era a maneira menos dolorosa de dizer que o amor que um dia eu rejeitei, naquele segundo, me sufocava.
Você segurou minha mão e disse em meu ouvido palavras que eu jamais esquecerei:
Você é minha garota.
Independente do resto.
Abri meus olhos e larguei suas mãos como se tivesse pronta para te deixar.
E fiz.
Eu queria me tornar sua garota, não ser ela pra sempre.
Você já podia voltar para suas meninas, e eu, para minhas mentiras.