O corredor que me leva do portão até a área dos fundos da casa, onde está minha avó, nunca me pareceu tão longo.
A casa, com a pintura ainda intacta, parece falar por si mesma, vencendo minha ansiedade pela sua força, pela dimensão de suas paredes, pela altura de seus telhados novos.
Mas eu sei que, um dia, estas paredes estarão velhas e descascadas, como também se escurecerão suas telhas cor de terra.
Entrarei por seus cômodos e verei que eles próprios parecerão cansados, sem elegância nenhuma.
Sentirei saudades de minha avó e dos dias que se foram.
Estarei velha e me sentarei, desta vez sozinha, para me lembrar de Corina e das conversas que tivemos." (Corina, 2007)