A inconsciência é muitas vezes a principal causadora de determinados estados de loucura.
Julgo que este pensamento seja comum a muitas pessoas.
O pensamento de que são muitas as vezes que atingimos um estado de insanidade por culpa da nossa inconsciência.
A inconsciência, ou a cegueira.
Depende de como gostamos mais de chamar lhe.
O ténue e maçador esforço de correr ao encontro do que ainda está para vir, sem tão pouco perscrutar memórias e reminiscências.
Não sei ao certo o porquê da invasão destes pensamentos no meu cérebro.
Ou talvez saiba.
Talvez porque me vejo rompida e rasgada pela minha própria vida.
Tanto que me apetece renunciar a certos pontos.
Apetece me.
Mas não o faço.
Em vez disso mantenho os meus sentidos aguçados, na expectativa de assim descobrir um outro ponto de partida, e desse modo anular episódios que me perturbam.
Apagar os passos dados em falso, aqueles que me levaram num sentido que hoje está a parecer me errado.
Só que as memórias não se riscam, como se risca algum apontamento que não está bem definido.
As minhas memórias não pelo menos não no seu todo.
Então hoje remanescem as piores representações, os instantes de dúvida, a tortura de certos sentimentos.
As tais imagens que gostava de extinguir por instantes, mas não sou capaz.
É geralmente neste ponto, em que a minha consciência se torna imoderadamente real para ser suportável, que me desmancho em alucinantes e impetuosas habilidades a fim de desviar essas imagens da minha vista.
E também é comum nestes momentos fechar os olhos e preferir deixar de ver.
E é igualmente aí que os meus actos e gestos perdem parte do sentido.
Se é que alguma vez o tiveram.
Claro está que falo em acções específicas, que na verdade não me apetece especificar.
Apeteceu me apenas partilhar convosco estes meus pensamentos.
E talvez um de vocês, mesmo sem as ditas especificações consiga perceber o que realmente tentei dizer aqui nesta minha curta e confusa dissertação.