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Gabriel Salvi

Autoestrada
Uma grande autoestrada possui muitos afluentes,
É como a cabeleira de um grande rio, cheio de fio e cada um diferente,
Existe o fio que vem da roça, vem de longe, estrada grossa,
Pra passar só com um trator, um trator que as planta roça
Já tem um fio que é da cidade,
Moço jovem, pouca idade
Aprendeu a ganhar dinheiro, na mais tenra mocidade
Hoje vem de Ferrari,
Cavalo a mil!
Chegou na autoestrada e ó: você nem viu!
Outro fio mora bem perto,
Bem na beira da autoestrada,
Nem precisa sair cedo,
Uma preguiça retada! Mas foi!
Pegou a bike, deu uma olhada,
Encheu o pneu
E partiu! Partiu pra autoestrada!
A autoestrada não tem fim, só que ninguém sabia
Cada um fez o que pode e assim a vida seguia
O fio da roça lá chegou, na autoestrada seu trator,
Ia bem devagarinho, nem ele mesmo se apressou
O da Ferrari tava longe, longe até demais,
Pena que não viu o buraco, Ferrari nunca mais
O da bike, tudo certo, continuou a pedalar,
As vezes até parava pra uma soneca tirar
O tempo foi passando e autoestrada não acabou,
O da roça perdeu o diesel, então logo se apressou
Mas só por um momento, pra deixar o seu trator, agora ia a pé Quem da roça já cansou
O da Ferrari tava parado, os 4 pneu furado,
Sentado com a porta aberta, parecia desconsolado
O da bike acordou, hora de pedalar,
Mas agora ele já notou, os pneus tão a muchar
O da roça chegou em prosa, bem pertinho da Ferrari Olhou, pensou E então fez um milagre!
"Bora moço jovem! Olha só como é que eu tou! Esse é o único caminho, o destino já chegou! Não se prenda a esse carro, o meu lá atrás ficou.
Olha o tanto que andei e veja só o meu vigor! Eu sei que é difícil, para isso me esforcei.
Mas segura aqui no meu braço, vamos juntos ver o Rei! "
O da Ferrari nem acreditava,
Nunca tinha visto alguém com tanta alegria brava!
Por um momento ele quase desiste,
Já não estava mais triste, andar não é tão ruim, se alguém que ama insiste.
O da bike tinha voltado, era mais rápido ir em casa, afinal não tinha ido longe, enchia o pneu e então voltava
Voltando pra casa, esqueceu até aonde estava, a bomba, o pneu e até a própria casa
Perdido Agora que percebeu,
Isso já tinha acontecido antes,
É o vício do já morreu!
Mas então ele se lembrou,
Virou e encontrou,
A casa tava do lado,
Foi o pescoço que não virou.
Mais a frente A autoestrada tava difícil,
Mas o da roça ajudava o jovem,
E o jovem ensinava o difícil
Os dois aprendiam muito, seguindo na autoestrada,
Cada vez que um ia cair, logo via a mão esticada,
O jovem tinha tatuagem, piercing e calça rasgada,
O da roça um cigarro de palha, pouca roupa e mais nada
O da bike conseguiu! De volta a autoestrada,
Mas bateu uma preguiça, outra soneca na beirada
Enquanto ele tava dormindo, dois ratinhos o observava
Assim que o sono pesava, um assobio se escutava
O da bike então acordou,
É hora da pedalada!
Pena que o pneu murchou,
E os ratinhos, escondidos,
Caíram na risada
A autoestrada ainda está lá,
Não se sabe até quando,
Enquanto o da roça e o jovem andam,
O da bike vive sonhando
Engraçado é dizer, que ele mora mais perto,
Mais a distância que ele foi, dos outros dois nem chega perto.