Soneto de um caipira urbano
Lua cheia na roça, fogão de lenha, uma franga a cozinhar,
Nós ali, juntinhos, sozinhos, na varanda deliciosamente a beijar,
Enquanto na cozinha uma velha panela não para de chiar,
imitando com perfeição o mesmo barulho das ondas do mar.
Lua cheia na roça, noite clara, espetáculo da natureza.
Uma sensação de paz de espírito e de um sonho realizar.
No vaivém da rede a balançar um abraço com firmeza e
a crença de que aquele momento pudesse se eternizar.
Lua cheia na roça, noite linda, induzindo ao céu, olhar.
Um carinho, um abraço, mais um beijo
Tudo lá.
Depois, o ombro amigo, um cigarro de palha a pitar,
Uma piada da cidade e um frango caipira para revigorar.
Ah, como é gostoso, na lua cheia da roça, sonhar e
amar!