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Julianna Galvão

Uma morte são várias.
Vários vazios vestidos de solidão.
Há deles de preto, de branco.
Há rostos vermelhos de choro implorando atenção.
Mas é pedido calado, cansado: não há forças para gritar ou falar ou desejar.
Contente se em se sentir culpado: acabou o tempo de dizer perdão.
Uma morte são amores antes contidos e agora em erupção.
Ela morreu, ele morreu, e meus pêsames, meus sentimentos, meus ressentimentos não vão causar nada nesse luto.
Há todos os amores do mundo e todas as maiores purezas, agora durezas, ali, sozinhas, como se Deus não fosse justo.
Deus Ah, Deus é questionado, é tachado de negro e tão imperfeito quanto quem matou meu irmão.
Deus Ah, Deus é citado, é pedido, é implorado, é chorado, é amado, é quem, apenas, é capaz de acalmar aquela alma que ali para e aqueles corações que ali se desmancham.
Uma morte são várias.
É daquele violão, quem vai tocá lo
É daquele amor, quem vai amá lo
É daquele arroz insosso, daquele arroz salgado, daquele feijão aguado, daquele "eu não sei cozinhar".
É daquele vestido azul, daquele chapéu marrom, daquela meia rasgada e do acordar às seis para não enfrentar a fila do pão.
É dele(a) sempre quase começando a academia na segunda feira.
É dos olhos e do sorriso que você decorou.
É da gargalhada que de tão alta te fez perder as contas de quantos "shiu" já soprou.
É das contas que deixaram penduradas, é das madrugadas bem dormidas e mal comidas, é das dores de amor e de barriga.
De rir e de chorar e de ter comido demais porque a promoção era boa.
A morte é do telefone, do endereço, da identidade, da altura e das piadas sobre a mesma.
É a falta de oxigênio e de luz, é o negro que se instala no espaço do seu cérebro que aquela pessoa conquistou e que você insiste em chamar de coração.
Não é questão de cor.
Não é tudo preto ou branco ou transparente (vazio).
Uma morte é a saudade de todos os "é" de alguém.
É a falta de SER.

Feliz Aniversário C.

A convivência faz com que às vezes a gente esqueça de demonstrar o quanto amamos alguém.
De vez em quando, dá até pra esquecer o tamanho do amor, no meio de uma briguinha ou de uma raiva.
Mas acho que não há nada que prove mais o tamanho do meu amor por ti, do que o fato de às vezes eu ter saudade de estar contigo logo depois de ir embora.
É que pelo menos pra mim, alguns minutinhos aqui e acolá não são suficientes.
Suficiente é quando eu passo o dia inteiro contigo, a gente dança, ri que chora, assiste filme e come o nosso brigadeiro.
Suficiente é quando a gente se abraça até sufocar, é quando ninguém acompanha mais o ritmo da nossa loucura, é quando nós duas cansamos da nossa própria loucura.
Alguns dizem que quando se tem 15, se está na flor da idade, tudo é intenso demais.
Juro que se depois que eu sair dessa “fase”, eu não gostar mais das pessoas como gosto hoje, assim “intensamente”, nada terá graça.
Porque é tão extraordinário amar e rir intensamente, é tão bom.
Não sei se é afobação da minha parte encher a boca pra dizer isso, mas eu quero sim que todo esse “nós” seja pra sempre.
Eu quero demais que a nossa amizade permaneça intensa e que perdure.
Eu quero estar do teu lado eternamente, seja pra chorar de rir ou chorar de fato, eu quero estar aí, contigo, entristecendo se por cada ruga a mais e principalmente, desvendando tudo de bom da vida, cada experiência e miligrama de sabedoria.
Nada, absolutamente, se compara a ver alguém que amamos muito, feliz, saudável e com mais um ano de vida.
Poder dizer que alguém como você é minha amiga, é completamente inexorável.

Maria Madalena
Não sei se seremos melhores amigas para sempre, como tanto ousamos dizer.
Sim, ousadia.
Ousadia falar com tanta certeza do futuro quando não sabemos nem se estaremos aqui, amanhã, vivas.
A questão é que por hora, nós somos melhores amigas, e se temos a ousadia de dizer que seremos pela eternidade é porque queremos que assim ocorra, e nada como a vontade faz com que as coisas aconteçam ou deixem de acontecer.
Eu quero ser sua amiga para sempre.
Sinceramente, talvez eu não precise ser a melhor, mas o fato de não precisar não quer dizer que eu vá parar de me esforçar dia após dia para merecer o título.
Pensando bem, se não preciso do título de melhor amiga, também não preciso do de amiga.
Se independente da denominação que você me der eu puder te ajudar, te proteger, te fazer rir, te abraçar, te dar carinho, te amar, te amparar e te acompanhar em todos os momentos, obrigada, mas enfaticamente eu não necessito de títulos.
Nomeações pouco importam, eu ambiciono unicamente ter a aptidão de ser assim, uma pessoa tão maravilhosa e indispensável na sua vida como você se mostra na minha.
Desejo um dia conseguir ser uma amiga tão excepcional e essencial.
Desejo nunca te perder, pois bem sei que não irei achar alguém capaz de me entender tanto, de me fazer sentir tão bem.
E essa ligação que nós temos, jamais poderá ser classificada apenas como amizade, é muito mais que isso, é indefinível.
Somos irmãs, somos mãe e filha, avó e neta, vizinhas, somos loucas, somos atrizes, somos palhaças, somos o que queremos quando queremos, somos poderosas, somos inseparáveis, somos a confiança, a lealdade, somos o amor.
Você é singular.
É a minha maravilha ♥.
E jamais duvide da grandiosidade do meu afeto.