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Xinran As Boas Mulheres da China

Ao sair da estação de metrô de Stamford Brook para a escura noite de outono, ouvi um som rápido atrás de mim.
Não tive tempo de reagir e alguém me bateu com força na cabeça e me jogou no chão.
Instintivamente, segurei firme a bolsa, onde estava a única cópia de um manuscrito que eu acabara de escrever.
Mas o meu agressor não se deixou demover.
“Dá a bolsa” gritava sem parar.
( )
Mais tarde a polícia quis saber por que eu tinha arriscado a vida por uma bolsa.
Tremendo e dolorida, expliquei: “É que o meu livro estava dentro dela.”
“Um livro ”, admirou se o policial.
“Um livro é mais importante do que a sua vida ” Claro que a vida é mais importante do que um livro.
Mas, em muitos sentidos, o meu livro era a minha vida.
Era o meu depoimento sobre a vida de mulheres chinesas, o resultado de um trabalho de muitos anos como jornalista.
Eu sabia que tinha sido imprudente: se tivesse perdido o manuscrito, poderia ter tentado reescrevê lo.
Mas não tinha certeza se seria capaz de enfrentar novamente as emoções extremas provocadas pela redação do livro.
Fora doloroso reviver as histórias das mulheres que eu tinha conhecido, e ainda mais difícil pôr as minhas lembranças em ordem e encontrar uma linguagem adequada para expressá las.
Ao lutar pela bolsa, eu estava defendendo meus sentimentos e os das mulheres chinesas, O livro era o resultado de muitas coisas que, caso se perdessem, jamais poderiam ser reencontradas.
Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações e a cada vez o trajeto é diferente.

Ao sair da estação de metrô de Stamford Brook para a escura noite de outono, ouvi um som rápido atrás de mim.
Não tive tempo de reagir e alguém me bateu com força na cabeça e me jogou no chão.
Instintivamente, segurei firme a bolsa, onde estava a única cópia de um manuscrito que eu acabara de escrever.
Mas o meu agressor não se deixou demover.
“Dá a bolsa” gritava sem parar.
( )
Mais tarde a polícia quis saber por que eu tinha arriscado a vida por uma bolsa.
Tremendo e dolorida, expliquei: “É que o meu livro estava dentro dela.”
“Um livro ”, admirou se o policial.
“Um livro é mais importante do que a sua vida ” Claro que a vida é mais importante do que um livro.
Mas, em muitos sentidos, o meu livro era a minha vida.
Era o meu depoimento sobre a vida de mulheres chinesas, o resultado de um trabalho de muitos anos como jornalista.
Eu sabia que tinha sido imprudente: se tivesse perdido o manuscrito, poderia ter tentado reescrevê lo.
Mas não tinha certeza se seria capaz de enfrentar novamente as emoções extremas provocadas pela redação do livro.
Fora doloroso reviver as histórias das mulheres que eu tinha conhecido, e ainda mais difícil pôr as minhas lembranças em ordem e encontrar uma linguagem adequada para expressá las.
Ao lutar pela bolsa, eu estava defendendo meus sentimentos e os das mulheres chinesas, O livro era o resultado de muitas coisas que, caso se perdessem, jamais poderiam ser reencontradas.
Quando alguém mergulha nas próprias recordações, abre uma porta para o passado; a estrada lá dentro tem muitas ramificações e a cada vez o trajeto é diferente.