Quanto à mendicância, é muito mais seguro mendigar do que roubar, mas é melhor roubar do que mendigar.
Não! Um pobre que é ingrato, descontente, rebelde e que se recusa a poupar terá, provavelmente, uma verdadeira personalidade e uma grande riqueza interior.
De qualquer forma, ele representará uma saudável forma de protesto.
Quanto aos pobres virtuosos, devemos ter pena deles mas jamais admirá los.
Eles entraram num acordo particular com o inimigo e venderam os seus direitos por um preço muito baixo.
Devem ser também extraordinariamente estúpidos.
Posso entender um homem que aceita as leis que protegem a propriedade privada e admita que ela seja acumulada enquanto for capaz de realizar alguma forma de atividade intelectual sob tais condições.
Mas não consigo entender como alguém que tem uma vida medonha graças a essas leis possa ainda concordar com a sua continuidade.
(A Alma do Homem sob o Socialismo)