A árvore da serra
As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho
É preciso cortá la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
Meu pai, por que sua ira não se acalma !
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho !
Deus pos almas nos cedros no junquilho
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma!
Disse e ajoelhou se, numa rogativa:
«Não mate a árvore, pai, para que eu viva! »
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!