Faço lento o meu piscar de olhos.Eu movimento os cílios devagar, como quem acalenta ondas num mar de sonhos.Eu abro e fecho meus olhos com calma para dar tempo de guardar na lembrança as cores do tempo e a dança do vento.Eu caminho rápido e pisco os olhos devagar.E está tudo bem assim.
Preciso de uma pausa.Breve como são algumas das pausas da vida.Mas que me baste para ver que além daqui, do que eu vejo, existe o que me completa.Não sirvo para rotina.Quero mãos abertas e palavras futuras.Coisas passadas não me sustentam.
Eu sou puro sentimentalismo barato.De bar.Vã filosofia em gotas.Gotas de orvalho em manhãs de inverno.Essa coisa toda.Romântica e desmesurada.Em três linhas breves.Uma fraude