A MINHA DESGRAÇA
O mais alto entre os abutres! Vão
De amor e ódio, descontente
Sem luz, sem nada ao sol poente
Flamejando em mágoas o coração
O mais alto! Um fantasma ao chão
Rastejando em labirintos, dolente
Ao seu orgulho, e, unicamente
Qual um blasfemado sem paixão
Um mar morto, uma estrela caída
O mais vil, de aflição, sem lida,
No vozear de mais um são pecador!
Sem vigor, e desgraçado, e triste
D’olhos fechados, que à dor persiste,
No amar sem vida o próprio amor!