No espelho,
Olhando pra mim
no reflexo pude te ver.
Tu,
No brilho dos meus olhos
Busca somente você.
E diante do murmurio
Da contemplação,
Silenciei me.
Não valia mais a pena.
Nos contornos dos meus olhos
Ainda podiam te ver.
Mas e eu
Como poderiam
Se por dentro adormeci
Sufocado nas palavras,
Desmaiei de amor
E você não estava lá.
Na maldição do poço,
Derramei meus baldes de lágrimas.
Rios correm
Dentro de mim.
Então fluí
Em outra direção.
Nessas águas,
Ainda não me afogarei.
Se for preciso,
Vou de barco,
O esquecimento
É logo ali em frente.
Vou trocar a alma de roupa.
Como não sirvo a ti,
Tomarei meu afeto de volta
E vestir me ei.
E as dores que acamparam,
Preparam bagagem
Para a partida.
Amar não é assim tão fácil,
porém não amar
Não é coisa
De quem tem coração.
Ao invés de permanecer
Na exaustante
Busca em ti,
Brotarei a cada dia.
No meu silêncio,
Na quietude,
Só,
Porém amor.
Semente de cada dia