Jingle bells, jingles bells época! O Natal é realmente lindo, temos músicas, danças, e comidas.
O Natal é ótimo, isto não há com negar, mas mesmo nesse esplendido dia, pobre ainda é pobre e fome sempre será fome.
Eu era só mais um dos garotos de rua, porem tinha a vantagem de não ter um dos olhos, o que atraia certos olhares de pena.
Pode ser irônico, mas o Natal era o período onde eu menos ganhava, talvez porque as pessoas gastam tudo que têm com presentes caros, e acaba não sobrando nada para dividir, é, provavelmente é isso.
Era realmente triste ter que olhar todas aquelas famílias passando por mim como se eu não existisse, enquanto elas iam para restaurantes chiques e luxuosos.
A pior parte de todas eram as decorações natalinas, sabe, ter que presenciar pessoas dando mais atenção a uma arvore do que a um ser humano.
Já eram quase doze da noite e o frio gélido já estava enfraquecendo o meu corpo, até que um cobertor me cobriu e recuperou minhas forças.
Está realmente frio, né Ele era um garoto que aparentava ter a minha idade, por suas roupas supus que era filho de algum burguês.
Como ganhou este machucado
Acidente.
O garoto sorriu enquanto colocava comida em um prato.
Seu olho não aparenta sinais de infecção, como se tivesse sido tratado imediatamente.
Eu tenho um vida perfeita, tenho amigos, uma família bem rica.
Tenho certeza que nunca vou conseguir imaginar toda a dor que você já sentiu, mas Ele não terminou a frase, simplesmente deu um beijo em minha testa, um beijo caloroso e gentil.
Eu nunca tive um lar, uma mãe, no entanto, tenho certeza que era isso que sentiria se o tivesse.
Havia sido tudo um sonho, provavelmente eu alucinei por conta do frio, porem aquele beijo fez o frio passar um pouco.