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Amanda Lemos

Ambição: até que ponto
Já teorizada Darwin, pelo estudo da seleção natural, que os seres mais fortes serão aqueles que melhor se adaptarão ao meio e suas necessidades e por esse motivo serão os que sobreviverão.
Nesse sentido, a ambição encaixa se perfeitamente.
Foi por desejar uma vida melhor, mais segura, que o homem pré histórico fazendo uso de seu " recém surgido córtex pré frontal " passou a imaginar novas possibilidades e utilizou seu polegar opositor para fazer as coisas funcionarem como ele desejava.
A criatividade e o trabalho, vistos dessa forma, são instrumentos a serviço da ambição humana e, como tal, podem ser bem ou mal usados.
Reforçando essa ideia, já defendia Carlos Drummond de Andrade : “ Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.

Destreza é uma característica que requer treino, mas iniciativa depende exclusivamente da vontade de cada indivíduo.
Ambicionar melhores condições de vida, associar ambição bem dosada ao trabalho, vida escolar e até mesmo nos relacionamentos pessoais, trata se de um dos melhores conselhos para o sucesso.
Na obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo de Max Weber, o autor identificou, entre outras, a maneira como a religião reinante interpreta o enriquecimento pessoal, associando esse fato ao enriquecimento de algumas nações como Inglaterra e Alemanha e a estagnação econômica e social de outras.
Weber observou que em países com influência católica o significado de austeridade e humildade era por vezes sinônimo de pobreza.
Em um campo arcaico, para esses países eminentemente católicos, o “ganhar dinheiro” era algo pecaminoso.
Já em países protestantes, especialmente os calvinistas, aceitaram que ganhar dinheiro com o trabalho duro era uma forma de seguir os ensinamentos divinos.
Para eles, as habilidades humanas, como a arte e o comércio, são dádivas divinas que devem ser estimuladas e valorizadas.
E bem pagas, claro.
Olhando se mais de perto, a não “pecaminização” do dinheiro não foi a única causa para o enriquecimento de países protestantes durante o século XIX e XX, há de se observar também que a ambição produz riqueza e, quando bem conduzida, produz desenvolvimento.
É evidente a importância da ambição em um mundo que cada vez mais exige aptidão e perfeccionismo.
No entanto, quando não dosada, a ambição pode ser desastrosa.
Resulta em um pedantismo desvairado, ganância e sobreposição do “ter” sob o “ser”.
Gera indivíduos mecanizados e sedentos por poder e reconhecimento, seres humanos que não se importam com as conseqüências advindas dos meios utilizados para atingir dado objetivo.
E muitas vezes, essas conseqüências podem ser drásticas como o não respeito ao próximo e a tangência ao egocentrismo.
Toda a vida humana deve ser pautada no equilíbrio.
Um remédio pode proporcionar a cura, mas paradoxalmente a isso, quando em exagero, poderá findar uma vida.
A ambição parte desse mesmo pressuposto, tê la em quantidade normal e que só proporcione e almeje positivamente é a chave para todo e qualquer sucesso.
Ser ambicioso não se trata necessariamente de um defeito ou qualidade, trata se de saber bem usar essa característica tanto em sua dose quanto em sua prática.