Quando ficarmos velhos
Há que dor na alma, há que dor
Diante do velho, diante do ancião, eu o mais novo, ele o mais velho; há que dor
Diante daquela figura enrugada, sua pele murcha, seus olhos fundos e seus cabelos brancos; há que dor ha que saudade
A idade, o tempo, a ingratidão, o relógio e seus ponteiros que não param, giram sem titubear, a milésimos, a segundos, a minutos e horas É o velho tempo insano, incorruptível, sem pena, nem dó, ha nos espiar a passar e nos engana como quem nos remeda a dizer `` Faz alguma coisa, aproveita, você vai desaparecer em breve´´ E nós, iludidos sorrindo como quem diz ``Há, velho tempo a quem quereis enganar é tú que estais a passar´´ E o tempo a rolar sorridente e corrente sempre novinho enquanto o bobo iludido age feito inocente e só se dá por gente quando no espelho se depara e vê que seu tempo já se foi não há mais tempo pra nada.
E segue há rolar o tempo, como se não estivesse nem ai, pra mim, pra você, pra todos.
Põe se a passar sem se quer notar que eu hoje novinho e amanhã igual a um maracujá, de canto, de lado, esquecido desiludido a chorar, por lembrar que desperdicei beleza e vigor nem imaginava em aproveitar.
Nilton Mendonça