" Vez ou outra você me vem à mente, então fica claro que tu nunca a de deixa la.
Será estranho um homem feito, ainda recordasse tão vividamente de um amor juvenil Pois para mim não, não há amor tão arrebatador quanto o que se vive quando ainda inocente ao mundo, não inocência de pureza, mas sim a inocência de sonhar sem preocupação.
Pois bem, ainda me lembro de ti, me lembro de pensar que era diferente de tudo que havia visto, passou por mim como brisa, rápida, constante, silenciosa nem ao menos olhou para o lado para que eu pudesse ver seus olhos.
Desconhecia seu nome, desconhecia sua boca, desconhecia seu toque e mesmo assim já os desejava mais que à vida .
Talvez por acaso ou destino não demorou muito para lhe encontrar outra vez, sentou se na carteira ao lado, lembro me de ficar paralisado com sua presença mas como qualquer outro jovem da minha idade disfarçei o melhor que pude não sem antes olhar em seus rosto por alguns instantes.
A cor de seus lábios era como a de minhas vísceras e sangue, como se estivesse ali para arrebatar me a alma, dilacerar me a carne, e assim fez, com um olhar me tirou do corpo, olhos pintados de preto fosco, delineados delicadamente para matar a todo e qualquer um, olhos de profunda incerteza, de vil solidão, indiferentes a mim.
Não demorou muito para que nos aproximássemos, acho que seres perdidos procuram outros como eles para se afugentar, universos paralelos em vazio e superlotação.
Lembro me tão ferozmente de ti que basta me juntar as pálpebras para voltar ate mim o sabor de seus labios, batom vermelho e cigarro, saudade e perdição, diferente de qualquer outra me entregou sua verdade, deu me parte de sua alma, arrastou me para morte.
" lembranças