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Marilina Baccarat de Almeida Leão

O AMOR DE MÃE, É AMOR PERFEITO
Lentamente o sol se despede no horizonte, troca se a cor do céu.
Antes dourado, agora azul marinho Breve a noite desce e o meu ser carece de sonhos em que o amor é perfeito
Que eu tenha sonhos ternos, que venham as mais vivas cores.
Ah! Se pudesse acordar todas as flores, despertá las, para que possam entrar, em meus sonhos trazidas pelas mãos de minha mãe
Há graça e docilidade no ar, quando a noite vem.
Impossível não perceber dentre as flores, uma que se destaca mais: é o amor perfeito, que simboliza o mais perfeito amor.
O amor de mãe, pois é uma flor impar Assim é o amor perfeito de mãe, como é à flor do amor perfeito
A noite desce, em braçadas de amor perfeito Assim, adormecerei no colo de minha mãe, como o amor perfeito adormece, junto das outras flores no jardim
Acredito que o amor de mãe tenha um par de braços enormes, para abraçar e afagar A noite vai descendo, sempre calma, com perfume das flores que vão inundar os meus sonhos
O meu ser carece de sentir o perfume das flores, no crepúsculo que desce e me enlaça como um amor perfeito
A noite vai descendo, sempre calma e serena e meus olhos cansados vão, no crepúsculo da noite, se fechar, e, eu, vou sonhar com um jardim de amor perfeito, onde no centro desse jardim está minha mãe
O perfume das flores e suas imagens me adormecem, sim, porque olhando o amor perfeito vemos que é uma obra de arte feita com muito amor! Assim é o amor de mãe, ele é perfeito, perfuma e colore a vida
A noite pode chegar com tempestade, mas o amor da minha mãe, em meus sonhos, sempre será perfeito
Assim como o amor perfeito se destaca entre outras flores, assim, sempre será, o amor de minha mãe.
Com gotas de esperança de um dia poder encontrá la.
Gotas que chuviscam desse manto estrelado, orvalhando o perfeito amor Meus olhos cansados, se fecham com a penumbra da noite, esperando encontrar minha mãe em meus sonhos, com braçadas de amor perfeito

ORGULHO COLORIDO
Há quem se orgulhe de andar sempre de cabeça baixa,olhando para o chão pois dizem que, olhando para o chão, encontram
muitas coisas interessantes, até dinheiro!
O meu orgulho já é outro, aprendi com meus pais a
andar sempre de cabeça erguida, olhando para o céu.
Só que
com essa, de sempre andar de cabeça erguida, já tomei muitos
tombos e me ralei no chão!
Quando criança, passava sempre as férias em Ubatuba,
lá existe a praia do cruzeiro, onde o padre José de Anchieta,
com a cabeça baixa, escrevia seus poemas na areia.
A onda vinha e os apagava Mas ele tornava a escrever,
não desanimava.
Como era criança na época, não entendia
muito bem, vovó explicava que, naquele lugar, Anchieta,
(fundador da cidade de São Paulo), sempre de cabeça baixa,
não desistia de escrever na areia da praia.
E ela continuava:
veja bem, ele sempre de cabeça baixa, justamente, neste lugar,
onde o por do sol é tão lindo! Realmente, há pessoas
que só andam de cabeça baixa e se esquecem de olhar para
o céu, apreciar o nascer do sol, o por do sol e as estrelas
à noite Ah! E a lua, como é linda, quando está na época
de lua cheia.
O céu fica azul marinho e muitas vezes meio
cor de rosa.
Eu me sinto privilegiada, pois sei admirar o céu, quando
ele está azul marinho ou quando está rosa, mas sei também apreciar,
quando ele se enche de nuvens, avisando que vem chuva
Como é gostoso, quando chove e podemos ficar em casa curtindo aquela chuvinha caindo e embalando o nosso sono.
Assim devemos caminhar, sempre olhando para o céu de onde vem o nosso orgulho colorido.
Claro que devemos ter cuidado,
algumas vezes, olhando para o chão, com cuidado para não cair e se machucar Mas o bom é olhar para o céu e contemplar um dia maravilhoso, o colorido que há nele
Claro que há dias em que o céu está cinza e a sua vida também poderá estar nublada, mas se você aprender a olhar para o céu, a sua vida não poderá jamais estar cinza.
A essência da vida é o colorido que a natureza oferece a ela.
Lembre se disso

Viva a nova estação.
As vitrines estão alegres, todas enfeitadas de folhas secas e roupas para o Outono.
Mas quem disse que as folhas de Outono são folhas mortas Elas dançam valsa bem lenta, quando o vento as toca para outro lado da floresta! O Outono é a estação mais gostosa do ano.
Diz a música que são folhas mortas, que tiveram outrora a cor da esperança.
Mas a cor em que elas ficam no Outono é muito mais bonita que a cor da esperança, que, durante todo ano, as mantém vivas.
Se observarmos bem as folhas no Outono,elas tocam música num canto da floresta.
Formam uma verdadeira orquestra, cujo regente é a estação.
O Outono nos faz lembrar a calma, ele tem alma, é o tempo ideal, de doces palavras, que outrora ouvimos em sombras, que as folhas das árvores nos proporcionavam.
Hoje, essas folhas tem um colorido lindo de um verdadeiro Outono.
Elas dançam ao som da orquestra natural do Outono.
Se observarmos bem, o som que as folhas fazem, quando são tocadas pelo vento, é um som de flauta, que se mistura também com um som de violino, dependendo da velocidade do vento.
As folhas ficam em festa, dançam,estão alegres, felizes, quando tantos dizem que elas estão mortas.
Não! Elas estão é bem vivas e alegres.
Porque a estação mais gostosa acabara de entrar, não tem o fogo que abrasa, nem o frio que nos faz tremer.
Num cantinho da floresta, o Outono toca flauta para que as folhas dancem.
Em breve, quando todo esse colorido for embora e o inverno chegar, vamos sentir saudades do bailado das folhas, que fazem alegrar a nossa vida.
E, em um cantinho da floresta dos nossos corações, teremos saudades das folhas, que dançaram para alegrar a nova estação.
É por isso que hoje me vesti de Outono e o Outono se vestiu em mim!
Marilina Baccarat no livro "Pelos Caminhos do Viver" editado pela editora Scortecci.