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Priscilla Dias Cavalcante

Se ela fosse uma fotografia eu diria sem medo: Ela não é uma selfie.
Ela é muito mais que uma sequência aleatória de fotos a procura do seu melhor ângulo.
Ela não tem “um” melhor ângulo, ela é bonita em todos eles, mas, quando ela se distrai, aí sim, tem lá seu charme extra.
Ela foi planejada detalhe por detalhe, contraste, matiz e saturação, feita pra se adaptar aos dias de muita ou pouca luz.
Quase igual a todas as outras, mas quem olha de perto, sabe que ela tem lá suas nuances.
Ela me olha com aqueles olhos que conversam com os meus, mas que eu nunca sei responder à altura.
E quando ela sorri, puxa vida, eu me desconcerto e ela Bom, ela sempre disfarça.
Finge que não viu, mas lá no fundo eu sei que por dentro ela sorriu.
Se ela fosse um concerto, eu diria sem medo: ela não é qualquer concerto.
Ela é desses que a gente se põe a ouvir, e vive, e vibra, e se emociona a cada nota, e antes que acabe você já se lamenta, e até pergunta se amanhã tem outra vez.
E ela sempre está lá, na manhã seguinte, com seu dom de causar mais efeitos no cérebro que qualquer obra de Mozart.
Um efeito que é só dela, que só se entende vagamente quem de perto acompanha cada um de seus compassos.
Ela é poesia da cabeça aos pés.
É surpreendente a cada página.
É melancolia no cabeçalho, e euforia já no rodapé.
Ela derrama felicidade pelos olhos quando só a curva do sorriso não suporta toda a alegria que ela tem por dentro.
Aliás, que curva linda ela tem.
E por falar no que ela tem por dentro ela sempre se supera.
Beleza mesmo ela cultiva além da pele.
Só encontra quem consegue ver além do que olhos veem.