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Ana Flávia Corujo

Meias Palavras
A inteligência me fascina.
A inteligência dita em palavras então, me derrete em partículas.
Enquanto as menininhas esbanjam os seus decotes para os musculosos de plantão, nada me apaixona e encanta mais que uma resposta bem dada, uma ironia inesperada, uma piada meticulosamente colocada e até nenhuma palavra dita errada na hora certa.
É da natureza da mulher seduzir pelo visual e a do homem pelo verbal direto.
Mas, na geração onde o gato comeu a língua do homem, a poesia e as cartas de amor se foram junto com o romantismo, deixando em seu lugar uma bela maquiagem e um bíceps sem camisa.
As cartas de amor, a poesia, e até as serenatas, deram espaço a linguagem moderna dita, porém não declarada nos e mails, nos chats e WhatApp.
O romance, ou o romancista foi suprimido e esquecido pelo Instagram onde uma imagem vale mais que mil palavras será
Gosto mais daquele jogo de pingue pongue verbal, do que línguas enroscadas sem idioma, ou identidade.
Esqueço um beijo facilmente, mas o sabor de boas palavras, talvez por ser tão raro, pouco esqueço as vírgulas.
Quem sabe lidar com as palavras não fala de fatos, mas sim troca ideias.
Quem sabe colocar as palavras não é uma imagem e sim uma marca.
E talvez mais uma vez, por isso as palavras me fascinam tanto.
Poucas linhas ditas de forma inteligente podem dizer um infinito de coisas.
Ainda sim não consigo compreender como na era da comunicação ficamos sem palavras para entender os fatos.
Mas, já que os fatos falam por si, talvez hoje mais inteligente seja aquele que aceita sem falar nada tudo aquilo que não se consegue entender.
Porém, como as palavras ainda me fascinam, sigo poetizando sentimentos rasgados para ver se alguém mais inteligente que eu entenda tudo o que ainda não sei dizer.

Meias Palavras
A inteligência me fascina.
A inteligência dita em palavras então, me derrete em partículas.
Enquanto as menininhas esbanjam os seus decotes para os musculosos de plantão, nada me apaixona e encanta mais que uma resposta bem dada, uma ironia inesperada, uma piada meticulosamente colocada e até nenhuma palavra dita errada na hora certa.
É da natureza da mulher seduzir pelo visual e a do homem pelo verbal direto.
Mas, na geração onde o gato comeu a língua do homem, a poesia e as cartas de amor se foram junto com o romantismo, deixando em seu lugar uma bela maquiagem e um bíceps sem camisa.
As cartas de amor, a poesia, e até as serenatas, deram espaço a linguagem moderna dita, porém não declarada nos e mails, nos chats e WhatApp.
O romance, ou o romancista foi suprimido e esquecido pelo Instagram onde uma imagem vale mais que mil palavras será
Gosto mais daquele jogo de pingue pongue verbal, do que línguas enroscadas sem idioma, ou identidade.
Esqueço um beijo facilmente, mas o sabor de boas palavras, talvez por ser tão raro, pouco esqueço as vírgulas.
Quem sabe lidar com as palavras não fala de fatos, mas sim troca ideias.
Quem sabe colocar as palavras não é uma imagem e sim uma marca.
E talvez mais uma vez, por isso as palavras me fascinam tanto.
Poucas linhas ditas de forma inteligente podem dizer um infinito de coisas.
Ainda sim não consigo compreender como na era da comunicação ficamos sem palavras para entender os fatos.
Mas, já que os fatos falam por si, talvez hoje mais inteligente seja aquele que aceita sem falar nada tudo aquilo que não se consegue entender.
Porém, como as palavras ainda me fascinam, sigo poetizando sentimentos rasgados para ver se alguém mais inteligente que eu entenda tudo o que ainda não sei dizer.

A democracia da Praia
Rio de Janeiro como sempre singular e com suas praias também singulares.
Caminhar em nossas “Praiaslândias” nem tão democráticas é quase uma aventura popular, ou melhor cultura popular, e deve ser por isso que garantimos mais de 90% de lotação em quase todos os Hotéis neste Reveillon.
Começando pelo Leme, encontramos a “Familialândia”, área charmosa e só para famílias locais.
Seguindo por Copacabana em direção a Ipanema é uma “Misturalândia” que só, desde “Negritudelândia”, passando por “Putalândia” e terminando em “Vovôlândia”.
Mas, apesar de “Misturalândia” – Copacabana tem tradição e uma beleza que só a princesinha do mar, seu calçadão e quem sabe Drummond ali sentado pode traduzir em poesia.
Continuando a caminhada, o que é o Arpoador Um território e visual abençoado por Deus e invadido pela “Farofolândia” famílias de todos os bares populares e nem tanto, levam seus alimentos mais do que perecíveis para saborear nos arredores do metro quadrado mais caro da cidade.
Colorimos nossa caminhada por Ipanema chegando na “Gaylândia”, epidemia materializada nos corpos mais definidos do planeta, muito pedigree, estilo, idiomas, raças e mais de 1% do PIB gasto em estética! Saindo da área colorida, encontramos a maresia e entramos na “Maconholândia”; posto 9 lotado até o Coqueirão de “bichos grilos” e estilos mais que “sangue bom” que curtem o momento e mais nada.
Agora, nossa caminhada é invadida atleticamente pela “Futebolândia”, “Futevoleilândia”, “Frescobolândia”, “Voleilândia”, “Corridolândia” até chegar na “Pirralholândia” juvenil que vai até o Country Clube, ou melhor a “Playboylândia” da Zona Sul, onde um gordinho brando e feliz jamais pode pensar em ir!
Atravessamos o canal, ou a “Cocôlândia” e chegamos ao Leblon para Manoel Carlos nenhum botar defeito! Encontramos a “Bohemialândia” dos coroas mais sarados, queimados e atléticos bem sucedidos ou não da Zona Sul e perfumamos nossa caminhada de Giovanna Baby, Gap Kids, Zara Kids, Ralph Lauren Kids na “Babylândia” e terminamos o percurso pelo Leblon nas colunas sociais do irreverente colunista Zózimo Barroso quer burguesia melhor
Mas, se você ainda não se cansou e aguenta fazer quase uma meia maratona: deixamos a Zona Sul, seguimos pela Niemeyer, ou “Favelolândia” que possui a vista mais privilegiada e nobre da cidade, passamos por São Conrado, a “Passegemlândia” mais micada, perigosa e linda, até sorrir, porque estamos na Barra, a “Emergentelândia” mais bairrista e charmosa de todas as “Lândias”.
A praia Barra tem todo um toque, energia e pôr do sol especial enfeitada por ventos e pela “Wakebordlândia” que tanto nos encanta logo alí no ponto do saudoso Pepê.
Por alí também, encontramos a “Pitboylândia” e “Tchuchucalândia” área patrocinada pelas melhores academias do Rio, onde intelectual não tem vez e muito menos espaço! Logo em seguida temos o agradável ambiente com showzinho para a “Familialândia” da barra que habita o Jardim Oceânico, aqueles prédios charmosos de varandão de dar inveja.
Seguindo pela extensa orla e “Beverly Hillslândia” dos apartamentos dos mais novos famosos; encontramos de tudo, para todos os gostos e protetores solar até chegamos a Reserva invadida por lixo nada perecível e pela “Paraíbalândia” com toda a sua tradição e regionalidade, principalmente aos domingos.
Continuamos em clima de proteção ambiental, geração saúde e ondas de tirar o fôlego de qualquer um, e chegamos finalmente a Prainha a “Surfelândia” mais concorrida, badalada e deliciosa de todo o Rio de Janeiro, onde carro algum consegue estacionar após o meio dia! Haja fôlego!
Depois dessa caminhada toda ou meia maratona pelas praias do Rio de Janeiro, você ainda acredita que praia é um lugar democrático Já ouvi muito isso por aí Se é ou não, não sei, o que sei é que: Viva as diferenças!