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Clarissa Corrêa

Meu lado Maria
Não gosto de quem posa de inteligente, culto e letrado.
Mesmo porque por mais inteligente, culto e letrado que você seja, cá pra nós, tenho certeza que vez ou outra passa os olhos na Contigo.
Ou em qualquer site fofoqueiro.
Ou na coluna social.
Ou no Faustão.
Ou no Big Brother.
Além disso, não acho que assistir baboseiras seja atestado de inteligência e/ou esperteza.
Eu, por exemplo, vejo o Big Brother pra rir.
Leio livros que os mais intelectualizados ( ) condenam para relaxar, me divertir, esquecer um pouco as asperezas da vida.
A verdade é que tem muita gente fazendo pose por aí, mas lá no fundo adora ouvir uma música brega.
Mas esse já é outro assunto.
Hoje eu quero falar da Maria.
Sabe a Maria do Big Brother A Maria, aquela que teve um rápido affair com o nada bonito Maurício.
Maria, aquela que depois que o nada bonito saiu da casa arrastou asa para o Wesley.
Maria, que depois que o Maurício voltou pra casa se arrependeu.
Maria, aquela que bebe e mostra a bunda na televisão.
Maria, aquela que diz Maurício gosto de você baixinho no ouvido.
Maria, aquela que perde o foco, a noção, o norte, o jeito, o gesto.
Maria, aquela que esquece a dignidade no fundo do copo.
Maria, aquela que ataca o cara, chora pelo cara, quer de todo o jeito beijar o cara, é louca pelo cara, tarada, maníaca, doente.
Pois bem, essa é Maria.
Maria, que já foi uma das Felinas.
Maria que, diz a lenda, já fez uns bicos na profissão mais antiga do mundo.
Não me importo com o passado da Maria.
E eu digo: gosto da Maria, pois o que importa é o que a Maria representa, o que a Maria é, o que a Maria nos faz ver.
Eu me enxergo na Maria.
Eu enxergo muitas mulheres na Maria.
E eu repito Maria Maria Maria.
A Maria representa nossas lágrimas, nosso rímel borrado, nossos porres, nossas ligações na madrugada, nossos fiascos, nossas insanidades.
A Maria representa aquela mulher que já perdeu a cabeça e o juízo por causa de um homem.
A Maria é aquele comportamento que você teve sábado passado quando, bêbada e ofendida, mandou 34 mensagens para o celular do ex namorado.
A Maria sou eu há 5 anos atrás, que corria atrás de um cara que me fazia de gato e sapato.
Maria é aquela moça que insiste em manter uma relação com um cara que tem namorada.
Maria é aquela que gosta, tem uma inocência no peito, uma ilusão na boca, uma incoerência no olhar.
Maria é aquela que acredita em palavras, se apega e quer ir até o fim.
Maria é aquela que acha que o passado dita a moda do presente.
Maria é aquela que não pensa antes de falar e age como dá na telha.
Maria é impulsividade, calor, vontade.
Maria é a falta de vergonha em se expor.
A Maria, minha amiga, é a inimiga íntima de toda mulher.

A difícil arte de seguir em frente
(Em outras palavras: na hora do aperto a gente apela para a autoajuda, birita, ombro dos amigos, livros bestas e músicas cafonas.)
Por algum motivo as coisas não deram certo.
Sua vida seguiu por um caminho e a dele dobrou duas quadras mais para a frente.
Você fica se perguntando o que aconteceu, o que deu errado, por que vai ter que enfiar todos os planos dentro da nécessaire, fechar e ficar um tempão sem abrir novamente.
A gente passa por diversas fases.
Sentimos raiva, sentimos dor, sentimos revolta, sentimos desprezo, sentimos saudade, sentimos amor, sentimos medo de nunca mais esquecer, sentimos medo de gostar de novo, sentimos vergonha e receio em repetir os mesmos erros bobos.
Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem.
Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação.
Quem gosta quer estar junto.
Quem gosta demonstra.
Quem gosta faz planos.
Quem gosta apresenta para a família e amigos.
Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama.
Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade.
Quem gosta abraça na hora de dormir.
Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia.
Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.
Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento.
Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor.
Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas.
Não existe estou dividido entre ela e você.
Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.
A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro.
Ah, ele é confuso.
Ah, ele está tenso.
Ah, ele tem medo.
Ah, ele é maluco.
Ah, ele isso.
Ah, ele aquilo.
Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade.
Ah, que falta ela me faz.
Quem gosta, gosta.
Sem complicações.
Sem armações e armaduras.
Infelizmente, antes de seguir em frente tentamos interpretar as ações e atitudes da pessoa indecisa.
Ele respondeu assim por tal motivo.
Ele falou isso querendo dizer tal coisa.
Ele isso, mas tenho certeza que ele aquilo.
Quem gosta dá certeza do que sente.
Quem gosta te olha com sinceridade.
Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade.
Quem gosta quer te deixar segura.
Por bem ou por mal, precisamos abandonar um sentimento que não traz nada de bom.
Simples assim.
Basta você se perguntar: é essa a vida que quero para mim Eu mereço ser feliz Eu mereço alguém que me ame Eu mereço alguém que se importe Eu mereço quem tenha certeza que me quer Eu mereço ser amada
O momento em que você percebe que o outro não te quer é mágico.
A gente acorda, se sente nova, se sente livre.
É claro que não se afoga um sentimento do dia para a noite.
Mas a gente tenta preencher aqueles espaços com coisas novas: músicas diferentes, bons livros, trabalho, amigos, decoração da casa, um animal de estimação.
Tudo serve para animar, renovar, encher a casa, a vida e preencher o tempo, costurar e remendar nossas feridas.
É claro que vai doer, é claro que você vai sentir, é claro que o sentimento ainda vai latejar por um tempo.
Mas a gente supera a partir do momento em que decide o que merece.