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Renan Quintanilia Escritor e Empresário

O HOMEM DO COBERTOR VELHO
Todos os dias no mesmo horário eu descia do ônibus e subia a passarela para pegar a segunda condução em direção ao trabalho.
Quase sempre estava atrasado e passava feito um foguete, sem olhar para os lados.
Naquele local, entre o ponto e a passarela, desviava de algo que atrapalhava o meu caminho.
Certa vez me esqueci de mudar o horário de verão, e saí de casa com uma hora de antecedência fui perceber apenas quando estava no ônibus.
Estava mais tranquilo e sereno, andando com calma e olhando o caminho percorrido, o que nunca acontecia.
Ao descer do ônibus, reparei o que era aquela coisa que eu desviava todos os dias entre o ponto e passarela.
Tratava se de um velho cobertor, cinza, áspero, com um volume por baixo.
Curioso, levantei o velho cobertor e dentro havia um homem dormindo, que nem percebeu que o descobri.
O homem debaixo do cobertor velho fedia a cachaça.
Talvez por isso não tenha percebido que levantei o cobertor.
Em frente ao ponto e a passarela havia uma padaria.
Fui até lá e pedi um chocolate quente e um pão com manteiga na chapa, e levei ao homem debaixo do cobertor velho.
Mesmo receoso, o rapaz agradeceu.
Passei a fazer do ato a minha rotina.
Todos os dias eu comprava um chocolate quente e um pão com manteiga, e levava ao homem que sempre estava no mesmo local.
Um dia eu entreguei o pão com manteiga e fiquei olhando o homem degustá lo.
Ele, com a boca cheia e deixando cair migalhas no velho cobertor, indagou me:
Por que me ajuda
Fiquei refletindo por um tempo antes de responder:
Acho que não preciso de motivo para ajudá lo.
Ele então se levantou e saiu andando pela primeira vez desde que o conhecera.
Todos os dias eu o aconselhava a sair daquele local, procurar algo melhor para a vida.
Queria que o homem reagisse, pois tratava se de um bom rapaz, porém perdido.
Em um certo dia que desci do ônibus, segui em direção à passarela, e só estava o cobertor velho no chão.
Mesmo assim, comprei o achocolatado e o pão com manteiga e deixei no mesmo lugar de sempre.
Ele nunca mais apareceu no local.
Escolhi, então, pressupor que o homem melhorou de vida, pois, caso contrário, ele teria o alimento naquele cantinho.
Na padaria o proprietário me questionou:
Por que você ajudava aquele homem Era apenas um bêbado de rua.
Respondi:
Porque aquele homem precisava de mim, mesmo que por apenas um tempo.
E eu preciso de pessoas melhores no mundo.

Quando você tem ou quer abrir um negócio e a primeira palavra depois de empreender que vem a sua mente é dinheiro, você está no caminho errado.
O dinheiro é, simplesmente, consequência de muito suor.
Quando alguém te chamar para um negócio falando: "vamos ganhar muito dinheiro", pule do barco.
As melhores pessoas para fazer negócio são aquelas que dizem: "temos muito trabalho pela frente".
Quando você dá o primeiro passo, que é pensar em abrir um negócio, ouvirá conselhos de pessoas que têm medo de tentar; pessoas que te amam mas têm medo que você falhe, simplesmente porque gostam de você; e pessoas que têm medo de que você consiga.
Quando você empreende, vive em sonho distante que ninguém mais vê.
Por isso, precisa olhar para você mesmo e, urgentemente, reconhecer suas falhas, corrigir os seus hábitos e, muitas vezes, abrir mão dos seus prazeres costumeiros.
Ser empresário é mais do que o conto de fadas que narram após o sucesso.
É ter responsabilidade com quem te ajuda, com os seus fornecedores, com os clientes, com o mercado, com o mundo e, sim, com você mesmo.
E precisa estar preparado para esse mundo dos negócios que suga a mente.
E não deve se preocupar tanto com as críticas e nem se entusiasmar com os elogios, eles fazem parte deste mundo.
Para não cair na roda do rato, você precisa saber que empreender é andar com os olhos adiante, no objetivo que traçou, e que o resultado sempre será gradativo.

O HOMEM DO COBERTOR VELHO
Todos os dias no mesmo horário eu descia do ônibus e subia a passarela para pegar a segunda condução em direção ao trabalho.
Quase sempre estava atrasado e passava feito um foguete, sem olhar para os lados.
Naquele local, entre o ponto e a passarela, desviava de algo que atrapalhava o meu caminho.
Certa vez me esqueci de mudar o horário de verão, e saí de casa com uma hora de antecedência fui perceber apenas quando estava no ônibus.
Estava mais tranquilo e sereno, andando com calma e olhando o caminho percorrido, o que nunca acontecia.
Ao descer do ônibus, reparei o que era aquela coisa que eu desviava todos os dias entre o ponto e passarela.
Tratava se de um velho cobertor, cinza, áspero, com um volume por baixo.
Curioso, levantei o velho cobertor e dentro havia um homem dormindo, que nem percebeu que o descobri.
O homem debaixo do cobertor velho fedia a cachaça.
Talvez por isso não tenha percebido que levantei o cobertor.
Em frente ao ponto e a passarela havia uma padaria.
Fui até lá e pedi um chocolate quente e um pão com manteiga na chapa, e levei ao homem debaixo do cobertor velho.
Mesmo receoso, o rapaz agradeceu.
Passei a fazer do ato a minha rotina.
Todos os dias eu comprava um chocolate quente e um pão com manteiga, e levava ao homem que sempre estava no mesmo local.
Um dia eu entreguei o pão com manteiga e fiquei olhando o homem degustá lo.
Ele, com a boca cheia e deixando cair migalhas no velho cobertor, indagou me:
Por que me ajuda
Fiquei refletindo por um tempo antes de responder:
Acho que não preciso de motivo para ajudá lo.
Ele então se levantou e saiu andando pela primeira vez desde que o conhecera.
Todos os dias eu o aconselhava a sair daquele local, procurar algo melhor para a vida.
Queria que o homem reagisse, pois tratava se de um bom rapaz, porém perdido.
Em um certo dia que desci do ônibus, segui em direção à passarela, e só estava o cobertor velho no chão.
Mesmo assim, comprei o achocolatado e o pão com manteiga e deixei no mesmo lugar de sempre.
Ele nunca mais apareceu no local.
Escolhi, então, pressupor que o homem melhorou de vida, pois, caso contrário, ele teria o alimento naquele cantinho.
Na padaria o proprietário me questionou:
Por que você ajudava aquele homem Era apenas um bêbado de rua.
Respondi:
Porque aquele homem precisava de mim, mesmo que por apenas um tempo.
E eu preciso de pessoas melhores no mundo.