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Clara Furtado

O nosso tipo pode ser como somos, como agimos e como pensamos, ou seja, uma identificação muito semelhante a nós, mas o nosso tipo pode também ser, inexplicavelmente, exatamente o contrário do que nós somos e, mesmo assim, ser quem nos completa, sem obedecer àquela regra de que tem que se identificar com o nosso jeito de ser.
Mas uma coisa é curta e certa, o nosso tipo é, sem explicação alguma, combinando ou não com o nosso modo, aquele que nos faz plenamente felizes, que faz de tudo para nos fazer sorrir porque não consegue nos ver triste, que é aquele relaxado, mas que sabe compensar muito bem no carinho, atenção e no cuidado que nos oferece, que deixa a barba por fazer, mas compensa no perfume que adoramos, que chega atrasado, mas compensa nos enchendo de beijos com um jeitinho meigo explicando, da forma mais sincera, porque se atrasou, enfim, aquele que não é perfeito, mas que, na sua imperfeição, tão humana, nos completa a ponto de nos transbordar de alegria e felicidade.
E essas imperfeições existentes em todos não tira do Amor o seu mérito, é realmente tudo válido se não há nenhum prejuízo verdadeiro para ninguém.
Às vezes, quem parece ser perfeito para a nossa metade não tem realmente nada a ver conosco.
Quando vamos ver, até combina em algumas coisas, em poucas coisas, as menos importantes e nas maiores, as que realmente contam, consegue ser, com precisão, completamente o nosso oposto e o que parecia ser, com precisão, o nosso oposto, é exatamente o que nos completa e faz feliz.
O Amor é tão perfeito de um jeito que consegue ser assim, sem explicação e nos fazer tão felizes na sua imprecisão perfeita.

Acho que Amor à primeira vista não existe, é tão somente uma ilusão que as pessoas criam em cima da necessidade de amar e do medo da solidão.
Respeito a parte que discorda, mas se houver praticidade e racionalidade, indispensáveis no Amor que é inteligente, no máximo, o que ocorre à primeira vista é atração ou uma espécie de intuição que aquele alguém será de alguma forma especial, afinal, não tem como amar quem não conhecemos ao certo e só saberemos se aquilo tudo é aquilo tudo mesmo se entramos de cabeça para constatar, aliás, arriscar, porque é um risco.
Cabe a cada um apostar na intuição e pagar para ver ou não encarar a probabilidade de erro.
Aprende se a amar a partir de quando conhece se qualidades e defeitos de alguém e de quando entendemos o mesmo vindo deste alguém.
Ama se primeiro pela admiração e ela vem dessas qualidades que reconhecemos e admiramos e desses defeitos que enxergamos e aprendemos a lidar e isso só pode acontecer apenas a partir de algum conhecimento que se tenha desse 'quem' que despertou logo de cara a atenção, possível só com o mínimo de convivência.
Só a partir daí que tudo aparece, nasce; Sente se saudade das manias, do cheiro, do toque, do beijo e do abraço, da presença física, mesmo não saindo do pensamento e coração, medo de perder, alegria de estar perto, vontade de cuidar, zelar e não falhar, respeito puro.
Não se têm dúvidas de que o Amor é o Amor quando na alma desperta se o desejo de gerar vida quando nunca tínhamos sentindo ou há muito tínhamos esquecido ou desacreditado, quando nos pegamos pensando que até vive sem aquele alguém, mas sabe que não quer, porque o peso da ausência até passa, pela independência entre pessoas que se deve existir, mas a tristeza dessa mesma ausência será tão certa quanto o Amor que se sente na hora.
Pele e química são fundamentais, mas em primeiro lugar e antes de qualquer coisa vem a admiração, que é de onde nascem o respeito e a estrutura real do Amor e possibilidade que este dure a eternidade, até enquanto dure.