Então há poucos minutos eu larguei meu livro e me sentindo um tanto quanto sozinha, vim escrever em você, diário, pois toda vez que me sinto sozinha você consegue preencher essa solidão, ou eu mesma preencho minha solidão com palavras e algo de vazio em mim de repente torna se cheio e não me sinto mais tão triste.
Eu contive minha vontade de escrever ao Rick, também, pois toda vez que sinto a saudade apertar eu escrevo a ele, e isso faz com que eu me sinta melhor, mesmo que ele nunca vá ler essas cartas.
No entanto, escrever a ele é amá lo cada vez mais, é perpetuar esse amor em suas páginas, é me machucar profundamente e eu não quero mais isso.
Basta! Tem que bastar de uma vez por todas! Agatha Christie menciona em “A Morte no Nilo” que: “ O que importa é o futuro, não o passado”.
Eu sei que o passado faz parte de nós, que nos tornou quem somos hoje, mas o fato de ele ser importante não significa que devemos viver acorrentados a ele, não é mesmo Eu estou acorrentada ao Rick por correntes invisíveis que eu mesma criei ao longo dos anos e isso não está certo, não é saudável para mim.
(Anseios de uma jovem escritora)