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José Elierre do Nascimento

Saudade.
A língua portuguesa é tão rica e por esta mesma causa tornou se muito invejada pelos inventores de palavras.
Basta receber alguns comentários mais afoitos para sentirmos quão grande são as palavras criativas de resumos e invencionismos, nesta nossa tão querida e maltratada língua, por parte exclusiva das grandes "pérolas do Enem nacional".
Isto faz me recordar que somente nós, usuários deste vernáculo temos uma única palavra que exprime um grande e gostoso, ou não, por vezes triste sentimento, o qual chamamos de saudade.
É esta uma das palavras mais presentes nas poesias de amor da língua portuguesa.
Pena que a educação em "lato sensu", presente verdadeiramente entre os anos de 1950 a 1970, quando as escolas profissionalizantes grátis, com o "curso científico", nos auros tempos do "tesouro da juventude", enciclopédia, até hoje insuperável em compêndios e conteúdo, presentes na maioria das bibliotecas escolares, eram ofertados a grande massa populacional, incluindo os menos abastados trabalhadores e aos seus filhos, por direito, quando tanto as prefeituras, estado e governo federal, comungavam de um ideal único, que era o desenvolvimento e a preservação da soberania nacional, resquícios das benesses implantadas pelo saudoso e insuperável presidente Getúlio Vargas, verdadeiro e único pai dos pobres.
Transformados que fomos em eternos órfãos, por mais que morramos nós e nossos sucessores filhos, nunca nos sentiremos novamente, um dia, adotados sequer, pois o egoísmo indecente daqueles herdeiros políticos que o sucederam, desde então, sequestrando nossa capital federal aqui do Rio (RJ), para escondê la, a seu bel prazer e deleite, nos mais longínquos rincões do sertão brasileiro, sonegou nos o simples direito adquirido de sermos, ao menos, felizes.

Carta de um pai para sua única filha
Feliz Aniversário, minha filha!
Aprendi a te amar, desde quando você ainda nem existia, ou existias apenas no instinto materno de tua mãe.
Foi aí, neste momento exato, que prendi a te amar, quando ainda nem eras nascida, ainda no ventre de tua mãe, saracoteando dentro dela, e fazendo a maior pressão.
Tinhas pressa de nascer não querias esperar a hora chegar, então tive a certeza de que te amava muito.
Ao vê la pela primeira vez tão pequenina e tão indefesa, quando te aconcheguei, calorosamente, em meus braços, pude perceber que tu serias a maior razão para que eu vivesse.
Venho te amando desde então, a cada dia que nasce, a cada lua que se esconde.
Eu não consigo expressar me pessoalmente, por tabu, quem sabe ou talvez assim o faça, para resguardar te de comigo te acostumares demais, depois sentirás muito mais minha falta, quando da minha partida final, e meus olhos se cerrarem de vez, e minha voz, para sempre, se calar.
Desejo te, em toda tua vida, milhões de motivos para que possas sorrir.
e que tenhas sempre tudo de bom e de melhor em tua vida.
Confio te a tí e a grandeza de tua sabedoria e autoestima, a força necessária para viver, cuide bem de ti, com jeitinho, carinho e determinação, sempre, e que tua mente e coração encontrem juntos a melhor maneira para que vivas em paz e prosperidade.
Seja, sempre que puderes, alegre, otimista, sorridente e feliz.
Feliz Aniversário, querida filha minha.
José Elierre do Nascimento

NATAL Feliz Natal e mais um ano que foi.
Que venha o próximo!
Acredito que Natal são todos os dias, por tradição e criação das antigas mídias foi criado um dia simbólico para esta festa de final de ano.
Talvez o objetivo maior, fosse um dia para refletir a vida, pensar no que deixamos de fazer durante todo o ano que passou e aproveitar a data para solidarizar se com os que sofrem, seja por doenças físicas, mentais e mesmo sociais, mas na verdade, como sempre vai prevalecer o poder maior do vil metal, verdadeiro deus dos dirigentes deste mundo, religiosos políticos, ou não, este tornou se o dia do consumismo, vestir a melhor roupa, beber o melhor vinho e estragar a carne do peru que foi sacrificado em nome da gula; morre o peru e a missa ainda é do galo, que já está na panela.
É, portanto, chegada a hora dos abraços demagogos, dos falsos perdões e terminamos, enfim, transformando esta data em mais uma frustração para os menos favorecidos.
Hoje venho aqui, não só repetir o jargão feliz natal, e sim torcer que todos os dias sejam sempre de mais realizações, menos sofrimento, e muita paz, também, enquanto estivermos neste verdadeiro andar de cima, pois o de baixo, tranquilamente, nos aguarda, enquanto caminhamos, lentamente, nesta infindável fila do imensurável corredor coletivo do esquecimento total, neste fim de jogo, quando todas as lembranças, bons e maus sentimentos serão finalmente deletados e dormiremos eternamente, sem sequer lembrar que um dia existimos.
É o bônus final da vida que nos dá como grande e merecido descanso a benfazeja e desejada morte.
No entanto o clima não permite que você fique omisso, pois poderá ser tratado como esquisito e afinal se desejamos que todos os dias sejam de felicidades, por que não o Natal Aqui, desde já, deixamos registrados nossos pensamentos e nossos votos de uma memorável festa de confraternização geral para este evento que se tornou um grande marcador de épocas, botões finalizador e inicial de nova contagem para mais um ano de diversos séculos, milênios e, quiçá bilhões de anos de luz ou não.
Só o futuro saberá.
Que siga o marcador implacável do eterno, sequencial e infindável tempo.