Sinto que já não posso falar de amor com a mesma propriedade de antes, simplesmente pelo fato de que não há mais amor.
Se é que algum dia houve.
Eu penso no passado, em todas as oportunidades de ser feliz que joguei ao vento, como se magicamente, elas fossem voltar para mim quando eu desejasse te las.
Nenhuma delas voltou.
A beira da loucura estou, como se meus sentimentos estivessem em um conflito tao grande dentro de mim, que nem eu mesma sei o que sinto.
Sei que não há amor.
Há liberdade.
Há também a prisão, como se minhas mãos estivessem atadas, tudo parece eterno.
Não há perspectiva, nem sonho.
Talvez não haja mais nada.
Qual o sentido disso tudo Chega a ser desumano.
O amor virou estéril para mim, não há serventia quando ele não pode ser transformado em verbo.
Vivendo eu vou.
Cambaleando pela vida, dobrando esquinas, atravessando avenidas, passando o sinal vermelho.
Caminho sem olhar para trás.
Nem para os lados, muito menos para a frente.
E, ao lhe ver novamente, terei a capacidade de apenas cumprimenta lo ou trocar meia duzia de palavras vazias.
Talvez seja esse o estado normal : viver mecanicamente por fora, completamente morta por dentro.
É a lei da vida.
É a lei da minha vida.