É comum dizer que o Deus de Israel é ciumento.
Ou que Ele exige a exclusividade de culto.
É importante perceber que um personagem complexo como Ele – justo, mas exigente e duro, que não explica o porquê das coisas que faz; todo poderoso, mas misericordioso, apaixonado pelo comportamento de alguns homens e mulheres; enfim, alguém que escapa ao bisturi psicanalítico – não marcaria a literatura e a filosofia ocidentais, como pensam alguns, se sua principal característica fosse o ciúme.
Pensar que o principal traço desse personagem seja agir como um "mandão" é fazer uma espécie de fofoca ou pastoral barata.
Mais que ficar com ciúme, Ele se irrita com a estupidez humana e sua inclinação a deixar se levar pela idolatria o tempo todo.
Apenas de uma forma Seu ciúme pode ser entendido fora do senso comum empobrecido: Deus é um apaixonado e tem ciúme daqueles que ama, como todos os que amam verdadeiramente o têm.