Um grupo de rapazes e moças resolve fazer uma viagem turística rumo à cálida Flórida, deixando a região fumarenta de Nova Iorque.
Meteram se no ônibus, sempre muito alegres e extrovertidos.Todavia, no ônibus viajava um cidadão sempre macambúzio e voltado para dentro de si próprio.
Esquivo, não aceitava abrir conversa com ninguém.
Não só calado, mas profundamente triste, contrastando com a alacridade juvenil do ambiente.
Mordiscava os próprios lábios e parecia em cogitações estranhas.Uma jovem do grupo, no entanto, conseguiu se aproximar dele e teve ensejo de formular lhe algumas perguntas que todos desejariam fazer, sem que tivessem coragem._ Qual é o seu nome _ Vingo._ Que nome interessante.
Você é casado _ Não sei se sou casado._ E como pode ser isto _ Estou saindo de uma penitenciária.
Da prisão, escrevi para a minha mulher dizendo que estaria ausente muito tempo e que, se ela não aguentasse, se os nossos filhos começassem a fazer perguntas e isto lhe fosse muito doloroso, me esquecesse.
Eu compreenderia.
“Arranje outro homem e não precisa escrever mais”, disse à ela.
E, de fato, ela nunca mais me escreveu._ E você está voltando para casa _ Isso mesmo.
Quando, na semana passada, me concederam livramento condicional, escrevi à minha mulher de novo.
Existe, na entrada da cidade onde morávamos, um grande carvalho.
Se ela ainda me quisesse de volta, deveria amarrar um lenço verde à árvore.
Se, pelo contrário, não me desejasse mais, não amarrasse lenço algum._ Meu Deus! – exclamou a jovem, comovida.As moças e os rapazes ficaram todos sabendo da estória.
O ônibus começou a se aproximar da cidade.
Todos olhavam pela janela.
Por fim, surgiu o frondoso carvalho.
Vingo parecia petrificado.De repente, levantou se e os seus olhos brilharam.O carvalho parecia uma árvore de Natal.
Havia nele 20 ou 30 lenços verdes.
Era uma mensagem extraordinária de boas vindas.
Moças e rapazes se puseram a gritar, chorar e dançar dentro do ônibus.E Vingo desceu e foi ao encontro do amor e da vida.