É tempo de mudanças.
O mundo muda, as coisas mudam, as pessoas mudam.
A surda muda sem ouvir nenhum conselho.
A cega muda sua antiga visão de mundo.
Muda o mudo, mundo imundo.
É tempo de mudanças.
Hora de tomar a decisão correta, e decidir que caminho vai seguir.
Alguns mudam de lugar, mudam de conceito, perdem o respeito.
Mudam de comportamento, e até mesmo a forma de tratamento.
Mudam seus princípios, seus valores, seus amores.
Mundo de horrores, ninguém mais tem sentimentos.
Só sentem ódio, desprezo, rancor.
Não sentem medo de sentir uma nova dor.
Inabalada dor mal sentida, vira uma ferida e é mantida para sempre em forma de cicatriz.
É possível ser feliz
Ainda é tempo de mudanças.
E é mudando que aprendemos a viver.
Mudando de idéia e tentando entender se dessa vez é pra valer.
Eu já mudei, e agora o que fazer Por que será que ninguém consegue ver Já mudei minhas escolhas, já mudei o meu destino.
Já mudei a minha história, minhas vontades e os meus vícios.
Já mudei de religião, católico ou cristão, não importa.
O que não muda é o meu caráter, minha personalidade, minha dignidade.
Por fora, sou oito ou oitenta, extremista ao extremo.
Por dentro, continuo imutável: um mutante com 98% de margem de erro, pra mais ou pra menos.
Na verdade, a mudança é uma farsa bem disfarçada.
Pois neste ciclo, nada muda, nem o triângulo das bermudas.
É tempo de mudanças, mas há quem nunca mude.
Já nascem com o dom da estabilidade, e tudo que fazem é aperfeiçoar o prazer da humilhação e da ignorância.
É tempo de mudanças.
A pergunta é: Por onde começar a mudar É aí que o vazio entra em cena e responde por mim.
E quando o silêncio grita mais alto, minha voz fica muda.
Mudei, tô mudo, me calo, não falo.
Decifrei o enigma, ninguém vai me devorar.
Não tenho asas pra voar, nem sou estrela pra brilhar.
Sou apenas um no meio de nenhum.
Sou o contratempo, e ninguém vai me mudar.