Ela estava cansada daquele lugar, mas isso não a impedia de ir sempre encontrar se lá com os amigos todos os sábados.
A música era a mesma, as pessoas, sempre o mesmo cheiro de cigarro misturado a suor e álcool.
Naquele momento ela dançava, dançava.
Parou, e sentiu se cansada.
Casada de tudo.
Precisava de pílulas e um tragada de marlboro.
Fumou, um cigarro e engoliu três pílulas que logo fizeram efeito.
Saiu em direção ao banheiro, sozinha, sentou se num vaso quebrado, pôs as mãos na cabeça e começou a chorar.
Chorou pelas lembranças, pelas feridas que o passado lhe rendeu.
Chorou por tudo que havia morrido dentro de si.
Lembrou da nova dor que surgia.
Por muito tempo ela pensara que havia aprendido a lição, que aquele amor dilacerante havia lhe ensinado a superar qualquer coisa.
Era mentira.
De certa forma ela gostava de pensar que era invulnerável, a qualquer sentimento miserável que lhe aparecesse.
Estava errada.
Não era, ninguém é.
E lá estava ela, novamente, sendo atraída por uma paixão proibida, errada, complexa demais.
Pensou em qual a quantidade de drogas que precisaria para esquecer.
Concluiu que elas não seriam suficientes.
Nem o tempo.
apenas decidiu curar se só.
E apenas esperou, sentada naquele banheiro imundo, no seu silêncio