NÃO TRAGA PEIXE
Meu amor diz Vá pescar
Pode ir, vá!
Mas não traga peixe, para eu limpar.
Um certo dia, bem cedo, me levanto
Pego as varas e os anzóis,
as iscas e as chumbadas, assoviando,
a moda da roda da ciranda, eu saio
com destino as águas, alagadas.
Lá, protegido pela sombra do meu chapéu
arrumo um lugar na margem do rio e me assento
Desenrolo a linha com chumbada isco o anzol
com a minhoca toda torta e diante d'aquela miragem Bum! Lá esta
A paisagem ao meu redor, o rio em silencio
sobre seu leito estreito o reinar da calmaria.
Tudo que se ouvia, era o chilrear dos pássaros
e farfalhar do vento, sob as folhas
Não via, mas sentia o tempo escorregando
pelas horas, e o movimentos dos ponteiros
indicando a distancia do dia.
Água passando, peixe nadando, anzol com
sua volta as voltas com o remanso das águas
nele Uma minhoca e nada de peixe pegar!
Com muito custo e nada justo
Pega um Lá vem o peixe, dando rabanadas
saindo da água com suas escamas e fato
agora de fato vou embora e vou limpar.
Antonio Montes