Desde sempre quis aquilo que tinha.
Constituir família, sonho de menina
Dos mais novos cuidou
Ate que a mais nova algo pra cuidar já tinha
Foi um alvoroço, uma confusão
E o que ela queria era sua cria no colo e não a de um irmão.
Forçou e forçou e de tanto que tentou, conseguiu
Mas aquele que não queria desistiu
Sozinha, sem nada, perdida no mundo
Limitada ao seu quarto, seu subemprego e o choro de seu bebe.
Pai nunca negou nada, casa, comida, remédio, tinha tudo
Mas um tudo é um nada e satisfação dura o mesmo que um segundo.
Arranjou outro, se mudou, a vida mudou, começava o futuro,
Mas não deixava de receber ajuda, em qualquer lugar, a qualquer minuto
De mudança em mudança, de ano em ano chegava mais fundo
Divida, estresse, uma filha pra educar e um homem que a desprovia de tudo
Mas dava a todos pequenos presentes
E ganhava pequenos presentes, embrulhados em preocupação.
De emprego em emprego, de mão em mão, mudou de cidade e de profissão
A criança já grande, apática desde antes da formação
Se mete em buracos estranhos, com pessoas de estranha feição.
E o companheiro, que lhe tira dinheiro, trai e açoita
Suga tudo que pode até a ultima gota
E quando a ultima gota é derramada
Ela se desespera grita e diz que não aguenta mais nada.
No desespero, aflita, pede colo
E mesmo com o desgosto do pai