COISAS DE RIO
Riu, riu, muito, dou gargalhadas
rio água, rio deságua, rio apaga
Água doce, água límpida,
corre fria e vai desaguar no mar
Conheço peixes que dão rabanadas
em sua correnteza,
em suas águas E peixes
Que vão lá, p'ra delirar.
Rio, rio E aqueles meninos
que de seus barrancos
correm no pique, dão salto
Pulam em ti E saem felizes,
existe dando braçadas,
sem nunca ter tempo de ensaiar.
É rio As suas margens
são flores de raras belezas
São encanto em sua fortaleza,
encantando o nosso olhar
O revoar das borboletas
em sua beirada
O chilrear dos pássaros,
os pássaros em sua volta
são fortalezas, de vida
que só você pode propagar.
Lá vai o canoeiro em sua canoa,
em seu leito, levando gente boa
a garça com sua alvura,
se assenta na proa
Manhãs de neblina, tarde de garoa
o mundo se move uma vez e outra chove.
Em sua volta, você sem porta aporta
tudo que por ti pode passar
Em suas águas, passou boi, cavalo boiada
passou reza, procissão,
cortejos Certidão de casamento
beijo suspiro paixão
Noiva concretizando sonhos,
sonhos sonhando do coração.
Antonio Montes