Profundeza dos olhos
A água quente percorria meu corpo sentado embaixo do chuveiro, a escuridão vista dos meus olhos fechados induzia me a voar longe com os pensamentos, a tristeza dominava no meio do peito e a decepção me corroía.
Abalado fisicamente e psicologicamente.
Cansado, pedi a Deus que me trouxesse novamente os sonhos, a força para continuar meu caminho, minha boca estremeceu e as lágrimas se uniram a água corrente.
Não me segurei, deixei sair, deixei levar.
Fui me deitar e rapidamente adormeci.
Acordei ao amanhecer com o coração mais leve, antes de levantar, fiz uma prece, e com a força das palavras pude ver claramente: Privei me do mundo, dos amigos, da família, da minha vida.
Privei me de mim mesmo para lutar por algo que nunca valeu a pena.
Um território desconhecido, engambelado, superficial.
Fui apunhalado ali, tantas vezes, por todos os lados possíveis.
Já havia deixado tudo aquilo ir e decidi seguir na direção oposta.
Foi o que fiz.
Sinto agora, que uma pequena esperança cresce no fundo do coração, ressuscitando o sorriso da minha alma.
Volto a admirar as pequenas maravilhas do mundo: O sol, as nuvens, a lua, as estrelas Penso que um dia tudo se encaixará, e então, serei capaz de aceitar e entender que tudo aquilo foi imprescindível para uma melhor evolução do meu ser, minha essência, que lá na frente se postergará a outros patamares.