Luz da Lua Cheia, Brilhante, que atrai que encanta.
Lua que, ao contrário da Nova, mostra sua face.
Que, sorrateira, aproveita se da ausência do Sol
E reflete o brilho deste como se fosse seu.
Em meio da mata, entorpece o brilho das estrelas
Entorpecendo também aqueles que deitam sobre seu olhar
Lua que abre portais, aguça a sensualidade, a intuição.
E depois de embriagar se dela, mesmo na escuridão, seus efeitos perduram
Ouve se o som da mata: os bambus conversam entre si
Enquanto as águas da nascente cantam sua canção para me fazer dormir.
Águas estas que ninam e despertam, que me trazem de volta a realidade
A verdadeira luz, a luz da verdade, a luz do Sol.
Águas que também encantam, que correndo para buscar o mar
Vai traçando desenhos, vai limpando seu caminho,
Desenhando por entre o relevo, seu desejo de passar.
Relevo que a trai Mas quem é ele que pode pensar em assim fazer
A água cai, e quando chega ao fim da queda, vinga se.
Quebra a rocha e de quebra, dispersa a luz.
Maquiada de branco, essa luz se desfaz em sete.
Ai entendo o porquê até a Lua, Cheia, seduz quando se faz brilhar.
É porque sem mascaras, sem disfarces, a luz e suas sete cores
É a mais ingênua e pura forma de iluminação que o homem pode apreciar
Para só então, ao som mágico da orquestra água, se apaixonar.