Soneto LXXVI
"Por que está o meu verso tão vazio de rompantes novos
Tão longe de variações ou de tempos diferentes
Por que, com o tempo, não vislumbro eu
Novos métodos e variantes inéditas
Por que escrevo eu ainda uno, sempre o mesmo
E mantenho a invenção em uma região conhecida,
Que cada palavra quase me conhece por nome,
Mostrando o seu nascimento e de onde proveio
Ah, saiba, querido amor, eu escrevo sempre de ti,
E tu e o amor são ainda meu argumento;
Então todo o meu melhor é vestir de roupagem nova palavras velhas,
Gastando novamente o que gasto já foi;
Assim como o sol diariamente é novo e velho,
Assim também está o meu amor a dizer o que é dito."