Hoje me peguei pensando pensando na vida, o que vivi, no que deixei de viver.
No que aconteceu, no que deixou de acontecer.
Começa a fluir um sentimento singelo, sereno, terno lembro dos momentos, dos bons momentos.
Dos incríveis momentos que eu vivi, principalmente dos que eu não vivi.
Lembro me do que aconteceu e, lembro amargamente do que não deixei acontecer.
Hoje me peguei pensando o quão intrépido fui com esses momentos.
O quão incrédulo fui com os sentimentos vindouros que não se realizaram.
O quão cético fui com os momentos que deixei passar.
Algumas lembranças batem na minha porta.
Outras esmurram.
Tento olhar entre as persianas que escondem o meu rosto o que está a me incomodar ou a me presentear.
Olhei de mansinho como quem não quer nada.
Pude ver algumas coisas
Hoje me peguei pensando fiquei pensando sobre o que eu pude ver através das persianas.
Sorri.
Dei um sorriso amarelo com o canto da boca.
Mas, na verdade, o coração estava transbordando.
O coração estava caindo em gargalhadas.
Quão tolo ele foi outrora – pensou.
Este coração malévolo, traiçoeiro.
Hoje me peguei pensando fiquei imaginando que, por um momento, eu poderia viver o passado no meu presente e, que, este presente poderia ser eterno.
Diria que te desejo, que te quero por perto enquanto a eternidade for o presente.
Ah! este presente é tão ente.
Só de pensar em reviver um momento que era pra ter acontecido é como se fosse um encontro com o passado, um encontro com aquilo que não aconteceu.
Hoje eu me peguei pensando o pensamento foi a mil.
E, ao mesmo tempo, voltou a estaca zero.
Logo pensei: no zero, que é o nada, existe algo, e esse algo, sou eu, somos nós, que somos nada.
Um nada que se tornou tudo, um tudo que se formou do nada.
Acho que pensei demais, creio eu