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John Pablo de La Mancha

Muitas vezes enquanto o tempo passa não percebemos seus avisos e seguimos a vida de acordo com o que nossa maturidade nos desafia ou como a imaturidade nos ensina, e quase sempre não é da melhor forma.
É preciso compreender que nem sempre as razões nas quais acreditamos refletem exatamente o que precisamos fazer, ainda que haja dúvida, mesmo porque as experiências podem cometer enganos e a falta delas podem mostrar um ímpeto sem sentido, mas se insistirmos o resultado poderá nos marcar para o resto da vida.
Às vezes deixamos as possibilidades se esvairem sem nos darmos conta de suas tentativas de nos alertar para o futuro, ou mesmo para um presente que ignoramos, isto pode ocorrer em função do que pensamos sobre necessidade e valores e sobre moralidade e ocasião, contudo os vestígios das consequências nos levam a enfrentar as dificuldades criadas por nossa resistência, e nos fazem sentir o peso do arrependimento.
O que satisfaz nossas atitudes pode também ocasionar instantes de reflexão sobre o que deveríamos fazer enquanto tivemos quem nos aconselhasse, entretanto, de vez em quando, nos enchemos de inabaláveis certezas que esquecemos das fragilidades às quais a vida nos submetem toda vez que agimos pelo impulso da insensatez, e assim descobrimos que as tolices que cometemos nada mais são que inevitáveis resultados por termos ignorado os sinais que a vida tanto nos mostrou.
O bom mesmo é se esforçar para saber diferenciar tempo e possibilidade de momento e efemeridade, pois confundir capricho com necessidade é um castigo para o qual o carrasco sempre está em nós.
John Pablo de La Mancha

O entendimento que construímos sobre a vida nos remete às experiências pelas quais passamos e tudo que delas resultam, sob a forma de aprendizados e transformações.
Nossos êxitos se forjam em iniciativas pautadas por alguma dose de ousadia e certa medida de desprendimento e, claro, alguns riscos inevitáveis que nos preparam para os enfrentamentos em diferentes níveis de dificuldades, mesmo que previstos.
Acreditar que as iniciativas podem nos levar a descobertas sobre nossos limites faz com que nos olhemos com mais cuidado, principalmente em respeito ao que queremos ou entendemos que deveríamos ter.
Compreender extremos que separam as vaidades das necessidades são de extremo valor quando nos propusermos a extrair dos esforços lições que nos mostrem que, às vezes, podemos ser frágeis diante de algumas situações, mas não significa desvanecimento, talvez precisamos descobrir em nós capacidades desconhecidas, mas que precisamos explorar de forma saudável para não ficarmos lamentando a falta disso ou daquilo, acreditando que sobre nós advém todos os males.
É desnecessário e improdutivo reclamarmos injustamente do que não temos ou do que é difícil conseguir e quase sempre culpamos o mundo ou as pessoas, e da mesma forma é sem sentido nos lamentarmos de nós próprios, pois nossos empenhos e dedicações nem sempre nos levam ao que queremos, às vezes o caminho é longo e árduo.
Muitas pessoas não cultivam o hábito da posse do agora dando importância ao que ainda não se realizou, pois se ocupam demais com isso e, às vezes, perdem muito tempo pensando no que lhes falta ao invés de valorizarem o que têm.
John Pablo de La Mancha

Na vida, independente da nossa vontade, conviveremos com algumas adversidades que nos fará provar alguns sofrimentos e, saber e aprender a lidar com isso é tarefa que necessita de desprendimentos e compreensões.
À medida que o tempo avança as vivências se consolidam como modelos de observações e exemplos para que tenhamos discernimento no instante das escolhas, a fim de buscar nas certezas o sentido preventivo para nos proteger, entretanto as decisões dependerão de maturidade para agir ou de humildade para ouvir.
Sempre temos que considerar possibilidades diante das dúvidas para que os dissabores não se transformem em amarguras que nos aprisionem e direcionem nossos passos, nos moldando como pessoas mesquinhas que responsabilizam a vida por tudo de ruim que nos acontece retirando, assim, a culpa de nossos erros nos tornando egoístas a ponto de acreditar que a vida é injusta e não sabemos o porquê.
Algumas situações resultarão da soma de fatores, outras da ordem natural das ações e outras do inesperdo, compreender estas razões é fundamental para sermos coerentes e tentarmos mudar o que estiver ao nosso alcance enquanto a verdade nos mover e o tempo nos permitir.
Enquanto vivemos o contínuo processo do amadurecimento se faz importante que nossa consciência se prepare para as diferentes transições da vida, seus efeitos e consequências, pois muitas delas sairão de nós, mesmo que sem querer, e poderemos perder o controle se não tivermos a exatidão de nossos limites.
Do contrário seremos nossos carrascos procurando sempre viver o papel de vítima acusando a vida por nossos infortunios.
John Pablo de La Mancha