CHEIA NO RIO IGUAÇU
Enche se o rio, lento, de vaga em vaga
É noite, e tudo core em curso lento,
na água que miro mais e mais alaga do vento.
Seguem se curvas, margens ao sabor do vento.
Há muito pouco nesse viver macilento,
desmaia tudo no ocaso que a noite afaga.
E derradeira é a luz, longe, no firmamento,
que no rio rola, treme, de vaga em vaga.
Um vago e triste silêncio por tudo!
Espalha se a lua, lenta, muito lentamente,
e firma se quieta no horizonte mudo.
Então o seu reflexo me põe embevecida,
como uma estrela que soltou se da corrente,
puxa meu cobertor e me põe adormecida!
(suelidesouzapinto 03/07/2013)