A VIDA
De repente vi rolar uma gota de orvalho.
A flor sorriu, abriu, logo pesou o galho.
A manhã se foi, o sol castigou sem piedade
E a linda flor murchou, quanta crueldade!
A tarde se foi quando a noite chegou.
Com a devassidão, até ela chorou,
Ao perceber a frágil flor desabrochada.
Tinha pétalas no chão, toda despedaçada.
Sua mocidade se foi, cedendo lugar ao medo.
Sua vida passou veloz, num estalar de dedos.
O galho ficou solitário, triste realidade,
Um vazio aumentando, encurtada a mocidade.
Mais tarde o decrépito galho, num completo desalento,
Desfalece depressa sob um céu tão cinzento.
Desesperada, a natureza chora descontente,
Um broto avermelhado sorri, a vida inicia novamente.