Escarneio de mim próprio com prazer
rindo das muitas figuras de parvo que fiz nesta vida.
Dá me a lástima encoberta, e por dizer,
nesse tempo, dessa minha delusão tão bem cumprida
A chacota que me dou ao manifesto,
faz me escarnecer das muitas figuras feitas com bastante alegria
E a lograda zombaria, e todo o resto,
são apenas um bom motivo para rir desalmadamente.
Se me dão licença, claro está! Se me deixarem rir, é evidente!
Porque, no parecer de certa gente, vá que não vá
O riso é um privilégio que somente pertence aos que não são de cá,
ou então, quem ri goza com toda a gente.
Escarneio de mim mesmo para não ser mal educado
para com todos aqueles que nem dizem Obrigado! Se faz favor! Com licença!
Perante a indigna presença de quem se sujeita a um carrasco,
essa cavalgadura sem casco com respeito e sem ofensa
vinda dos lados da soberba, onde moram todos os que não riem de si mesmo,
por suporem que a vida lhes reserva essa dita sorte medida a esmo.
E, assim, rio eu por todos aqueles que não podem caçoar da sorte deles.